«Magistral ? desconstrói o pressuposto de que a ascensão do Ocidente era inevitável»
Saul David, BBC History Magazine
O terceiro pressuposto é que devíamos considerar com muito cuidado o que era essa «Europa». Existem objeções óbvias à visão da Europa como uma unidade quando esta era, na melhor das hipóteses, uma «comunidade» pouco coesa e conflituosa.
No cerne da explicação de Weber estava a ideia de que o capitalismo moderno exigia acima de tudo uma mentalidade ativista e racionalizadora.
O confucionismo chinês (racional mas inativo), o islamismo (ativo mas irracional) e o hinduísmo (inativo e irracional) desencorajavam essa combinação fundamental. «A religiosidade mágica das classes não-intelectuais da Ásia não conduziu a qualquer via para um controlo racional e metódico da vida» (7). Mas o protestantismo europeu criara (por acaso) uma psicologia crucial (e o aparato institucional) que permitia o grande avanço.
Na realidade, a dificuldade em construir Estados autónomos sobre uma base étnica, contra a força gravitacional da atração cultural ou económica (além das disparidades da força militar), é tão grande que o império (em que diferentes comunidades étnicas se encontram sob o poder de único governante) tem sido o modo mais comum de organização política ao longo da história. O poder imperial tem sido a regra e não a exceção.
foram os portugueses os primeiros a injectar no oceano Índico, no Sudeste Asiático e em lugares tão remotos quanto o Japão a mortal combinação europeia de comércio e poder militar.