Brasil de todos os santos
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A história da Santidade de Jaguaripe é ainda mais extraordinária, pois o mesmo caraíba, ex-catecúmeno que se dizia Tamandaré, afirmava também ser o verdadeiro papa, nomeava bispos e sacristãos, sagrava índios com o nome de santos, são Luiz, são Paulo, e tinha por principal esposa uma índia chamada “Santa Maria Mãe de Deus”.
Paradoxalmente a escravidão foi capaz de “proteger” os africanos do Santo Ofício, para que continuassem escravos e, com isso, favoreceu a sobrevivência dos cultos negros urdidos na diáspora dos africanos no Brasil.
As festas e procissões foram comumente vistas pela historiografia como provas da exterioridade da nossa religiosidade colonial. O apego às exterioridades, como marca de nosso catolicismo, que se expressaria na profusão de capelas, no aspecto teatral, no culto a santos, na afeição maior ao externo, à imagem do que a coisa figurada, do que ao espiritual, teria nas festas coloniais seu melhor exemplo.
Lugar de sociabilidade, de circulação de informações, de lazer, de suspensão das tensões, de revivificação de tradições, de piedade católica e práticas mágicas, da ordem e da desordem, do controle e dos excessos, as festas religiosas coloniais foram palco da vivência da fé, mas não só.
Se eram as irmandades leigas as grandes patrocinadoras das festas religiosas, do mesmo modo o foram as confrarias dos negros e mulatos, que souberam organizar festas em que o luxo e a ostentação também foram a marca.