Fábio Braga é nacionalmente reconhecido por suas obras reunindo versos e prosas em contextos diversos. A sua maneira multilinguística de escrever o torna um autor diferenciado. A sua marca registrada consiste em não repetir as mesmas formas de linguagem, muito comum à maioria dos escritores identificados por uma única linha dialética apenas.
trechos da obra
Pérola Rara
“Navegou, navegou, na mão de Posêidon, na bênção das vagas, no branco das velas, porque branco é a paz, a paz de espírito, sem a qual não se veleja, sem a qual não se navega”
Triste Aquarela
“Oh, triste aquarela! Esses cabelos quebradiços cor-de-prata e essas unhas de ouriços desbotadas não parecem nem sombras de alegorias do passado; onde havia o rubor de uma pele macia e uma silhueta invejável, hoje só restaram cicatrizes em demasia, a fuligem sobre os seios desolados, e o espelho abolindo as simetrias de um corpo agora inavegável”
Peixe Pai, Peixinho Filho
“Meu filho, é bom comprar o seu carro.... à caça dos cardumes de gente os ônibus viajam; lá dentro somos sardinhas enlatadas na prensa de usuários nadando a diesel; ainda tendo de aguentar na ida o mau cheiro de camarão com dez semanas sem tomar banho e na volta bafos de ressacas de boto bêbado por flagrar o peixe-espada dando pulinhos com a sua golfinha”
Walt Disney
“Se é de haver tios patinhas, haja professores pardais; huguinhos, zezinhos e luizinhos, em dia, usufruam de suas mesadas; patos donalds superbem enlaçados ensinem aos que sequer compreenderam as margaridas nos apocalipses de seus viveiros, para que Walt Disney não mais justifique as presenças dos irmãos metralhas nos cômodos das casas”
Dor
“Quando nada mais interessa, para que a pressa?
Se a esperança é a primeira a morrer, a dor da saudade torna a ferir e o fio da navalha a socorrer”
Poema Ilógico De Um Sucinto
“Fuga, ardor, em meu concerto, músicas entoando o meu tormento, se eu imitasse o som das conchas, há quem ouvisse cascatas de um bêbado; a ressaca por ti é um martírio, tuas enxurradas são vertigens, na maré do adeus que me leva; sem teclados é a despedida, qual piano eu desafino, mexo em meu ferimento e remexo mais ainda a doce meiguice da quimera”
Pingo De Lua
“Um pingo de lua caiu em seu corpo lhe deixando meiga para uma noite de amor;
infinita, noite infinita, ainda me lembro como se fosse esta noite”
Rosa Carioca
“A bossa-nova movimenta um bar do Leblon; traz Tom, traz rosa; traz Alceu, traz Olinda; traz Caetano, traz Gil, traz Bahia; traz amor em verso e prosa, amor que aflora em mulher-moça, mulher-rosa, a mais vermelha das rosas – a rosa carioca, a que se rega, a que não se deixa murchar, secar, morrer sem amar”
Poema do Fim Para o Começo
“Simula as ações desses aí, copia a arte desses de lá, não tem medo, medo é ruim, sendo legal o teu currículo, clic-clac de algema alguma irá te aprisionar; triunfa em ti são e salvo e realiza-te, ordena a ti juras felizes, e - extra-extra- tudo jóia haverá de estar...
Quem avisa, amigo é... olhaí as cascas de banana para quem quiser; não engole cogumelos, pafes-pufes globalizados, não sejas alienado, a melhor droga é a gana, cuidado com os elixires daquele mago... foi para as cucuias a camada de ozônio, cai fora dessa cratera montando nos patracotracos do teu solado”
Vento
“Sopro sem origem, sem resposta, sem pé nem cabeça;
assopro assombrado de guardas-noturnos, de aniversariantes ao se cantar parabéns...toca novidades aos ouvidões na escuta mórbida e circunlóquios interessantes aos surdos de nascença...
Tocador de violino sem cordas, consola em boa hora os fracos e traz agruras nos sons de bitolas aos que fomentam desafinações”
Fome
“Meus filhos não comeram hoje, mas amanhã hão de comer,
eu tenho dois braços fortes para plantar e para colher; se a chuva voltar logo e a seca não castigar, na nossa mesa, todo santo dia, alimento para matar a fome de dez não faltará”
trechos da obra
Pérola Rara
“Navegou, navegou, na mão de Posêidon, na bênção das vagas, no branco das velas, porque branco é a paz, a paz de espírito, sem a qual não se veleja, sem a qual não se navega”
Triste Aquarela
“Oh, triste aquarela! Esses cabelos quebradiços cor-de-prata e essas unhas de ouriços desbotadas não parecem nem sombras de alegorias do passado; onde havia o rubor de uma pele macia e uma silhueta invejável, hoje só restaram cicatrizes em demasia, a fuligem sobre os seios desolados, e o espelho abolindo as simetrias de um corpo agora inavegável”
Peixe Pai, Peixinho Filho
“Meu filho, é bom comprar o seu carro.... à caça dos cardumes de gente os ônibus viajam; lá dentro somos sardinhas enlatadas na prensa de usuários nadando a diesel; ainda tendo de aguentar na ida o mau cheiro de camarão com dez semanas sem tomar banho e na volta bafos de ressacas de boto bêbado por flagrar o peixe-espada dando pulinhos com a sua golfinha”
Walt Disney
“Se é de haver tios patinhas, haja professores pardais; huguinhos, zezinhos e luizinhos, em dia, usufruam de suas mesadas; patos donalds superbem enlaçados ensinem aos que sequer compreenderam as margaridas nos apocalipses de seus viveiros, para que Walt Disney não mais justifique as presenças dos irmãos metralhas nos cômodos das casas”
Dor
“Quando nada mais interessa, para que a pressa?
Se a esperança é a primeira a morrer, a dor da saudade torna a ferir e o fio da navalha a socorrer”
Poema Ilógico De Um Sucinto
“Fuga, ardor, em meu concerto, músicas entoando o meu tormento, se eu imitasse o som das conchas, há quem ouvisse cascatas de um bêbado; a ressaca por ti é um martírio, tuas enxurradas são vertigens, na maré do adeus que me leva; sem teclados é a despedida, qual piano eu desafino, mexo em meu ferimento e remexo mais ainda a doce meiguice da quimera”
Pingo De Lua
“Um pingo de lua caiu em seu corpo lhe deixando meiga para uma noite de amor;
infinita, noite infinita, ainda me lembro como se fosse esta noite”
Rosa Carioca
“A bossa-nova movimenta um bar do Leblon; traz Tom, traz rosa; traz Alceu, traz Olinda; traz Caetano, traz Gil, traz Bahia; traz amor em verso e prosa, amor que aflora em mulher-moça, mulher-rosa, a mais vermelha das rosas – a rosa carioca, a que se rega, a que não se deixa murchar, secar, morrer sem amar”
Poema do Fim Para o Começo
“Simula as ações desses aí, copia a arte desses de lá, não tem medo, medo é ruim, sendo legal o teu currículo, clic-clac de algema alguma irá te aprisionar; triunfa em ti são e salvo e realiza-te, ordena a ti juras felizes, e - extra-extra- tudo jóia haverá de estar...
Quem avisa, amigo é... olhaí as cascas de banana para quem quiser; não engole cogumelos, pafes-pufes globalizados, não sejas alienado, a melhor droga é a gana, cuidado com os elixires daquele mago... foi para as cucuias a camada de ozônio, cai fora dessa cratera montando nos patracotracos do teu solado”
Vento
“Sopro sem origem, sem resposta, sem pé nem cabeça;
assopro assombrado de guardas-noturnos, de aniversariantes ao se cantar parabéns...toca novidades aos ouvidões na escuta mórbida e circunlóquios interessantes aos surdos de nascença...
Tocador de violino sem cordas, consola em boa hora os fracos e traz agruras nos sons de bitolas aos que fomentam desafinações”
Fome
“Meus filhos não comeram hoje, mas amanhã hão de comer,
eu tenho dois braços fortes para plantar e para colher; se a chuva voltar logo e a seca não castigar, na nossa mesa, todo santo dia, alimento para matar a fome de dez não faltará”