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    Brasil, um país do futuro

    Por ZWEIG, STEFAN
    Existem 15 citações disponíveis para Brasil, um país do futuro Baixar eBook Link atualizado em 2017
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    Citações de Brasil, um país do futuro

    Pela sua estrutura etnológica, caso tivesse acompanhado a loucura nacionalista e racista da Europa, o Brasil deveria ser o país mais dividido, menos pacífico e mais conturbado do mundo.

    Assim, não estamos mais dispostos a reconhecer um ranking de acordo com o poder industrial, financeiro ou militar de um povo, e sim usar como medida da superioridade de um povo o espírito pacifista e humanitário.

    qualquer forma de poder reduz a pureza moral tanto de um homem quanto a de um partido.

    como conseguir em nosso mundo uma convivência pacífica entre as pessoas apesar da diversidade de raças, classes, cores, religiões e convicções?

    “Ultra equinoxialem non peccatur” – não existe pecado abaixo do Equador.

    seu nome para sempre nas páginas da História. Sua vida em si já é um grandioso poema épico da ousadia e da abnegação, e tão inesquecível quanto seu feito técnico serão os seus atos de humanitarismo, aquelas duas cartas que ele dirigiu em desespero à Liga das Nações pedindo a proibição do uso do avião para lançamentos de bombas e outras crueldades bélicas. Só com essas duas cartas, que proclamaram diante de todo o mundo o espírito humanitário de sua pátria, a figura de Santos Dumont ficou protegida para sempre contra qualquer esquecimento ingrato.

    Ainda cada brasileiro considerará um ano na Europa ou nos Estados Unidos como sendo o último e conveniente degrau de sua formação. Ainda o Brasil – apesar de todas as nossas loucuras – precisa receber impulso e incentivo do Velho Mundo.

    O jovem artista, o jovem autor, o jovem cientista, o estudante aqui têm cem vezes mais dificuldades para adquirir conhecimentos universais e uma visão de conjunto do que nas instituições de ensino muito mais bem dotadas e organizadas dos Estados Unidos. Aqui ainda se sente, às vezes, uma certa estreiteza e distância dos esforços contemporâneos.

    Un pays nouveau, un port magnifique, l´éloignement de la mesquine Europe, un nouvel horizon politique, une terre d´avenir et un passé presque inconnu qui invite l´homme d´étude à des recherches, une nature splendide et le contact avec des idées éxotiques nouvelles.1 Do diplomata austríaco conde Prokesch-Osten em 1868 para Gobineau, quando este hesitava em aceitar o cargo de enviado ao Brasil.     1 Um país novo, um porto magnífico, o distanciamento da mesquinha Europa, um novo horizonte político, uma terra do futuro e um passado quase desconhecido que convida o homem de estudos a fazer pesquisas, uma natureza esplêndida e o contato com ideias exóticas novas.

    semper novarum rerum cupidi, ou seja, sempre curiosos por coisas novas,

    Nessa penitenciária, o problema do estabelecimento penal – o qual moralmente nunca pode ser solucionado por completo – é abordado no sentido humanitário, e o Brasil, que não conhece a pena de morte, esforçou-se em cuidar de seus criminosos segundo princípios avançados e bem pensados. Ali, o humanitarismo no trato dos presos não foi abolido como sendo um atraso, como aconteceu em outros países, mas conscientemente desenvolvido e incentivado de acordo com o princípio de que cada preso deve cumprir o trabalho que lhe é mais apropriado e que a instituição inteira

    Verão no Rio Começa o mês de novembro. Terminou a chamada “temporada” no Rio, e os amigos que encontramos fazem todos a mesma pergunta: onde pretende passar o verão? Fugir para as montanhas durante os meses que na Europa são os meses de inverno – dezembro, janeiro, fevereiro e março – é um axioma, ou pelo menos é um hábito antigo, introduzido pelo imperador Dom Pedro II para a sociedade. No verão, ele costumava transferir sua residência para Petrópolis. Sua corte o seguia, e à corte seguia a sociedade. Todos os consulados e os ministérios transferiam suas atividades para aquela cidade próxima e bem mais fresca, que hoje, graças ao carro, tornou-se uma espécie de subúrbio do Rio. Durante o verão, nos meses de férias escolares, a família costuma morar em Petrópolis, e o homem de negócios e o funcionário mais graduado sobem de carro à noite e descem de manhã. Já não é mais uma viagem. Não

    Não é mais uma viagem, é antes uma excursão. São vinte ou trinta minutos atravessando a baixada que agora, graças à energia do governo, está onde ficavam os pântanos que produziam a febre. Depois uma estrada larga, recém-cimentada sobe as alturas percorrendo curvas íngremes. Curva após curva, ela vai subindo, devagarzinho se descortina a vista sobre o vale e a baía, passam-se quilômetros e quilômetros, e o ar que nos recebe é mais fresco e mais frio. Mais uma virada e – depois de pouco mais de uma hora e meia de viagem – chegamos ao ponto mais alto. Pequenas e charmosas casinhas ao lado de um canal ladeiam a estrada, e estamos em uma pequena cidade de veraneio, uma pequena residência de verão, que parece um pouco antiquada com suas pequenas pontes vermelhas e as vilas antigas.

    Durante o verão, nos meses de férias escolares, a família costuma morar em Petrópolis, e o homem de negócios e o funcionário mais graduado sobem de carro à noite e descem de manhã. Já não é mais uma viagem. Não

    Mas a graciosidade do lugar jamais poderá ser seriamente ameaçada, pois até a natureza aqui é amena. As montanhas não são íngremes, mas formam suaves ondulações, por toda parte as flores brilham e flamejam nessa cidade dos jardins. Durante o dia, os termômetros sobem muito, mas as noites, ao contrário do que ocorre no Rio, são frescas. O ar de Petrópolis ainda não é o ar ozonizado e revigorador das regiões montanhosas, mas já é um ar fresco e puro, levemente perfumado pelas exalações das florestas e das flores. Quem

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