Caçando carneiros
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No aquário das minhas lembranças, é sempre fim de outono.
A honestidade está para a verdade assim como a proa de um barco está para a sua popa. Primeiro, surge a honestidade e, por último, a verdade. E o tempo que intermedeia um e outro surgimento está diretamente relacionado ao tamanho do barco.
Tempo é uma coisa irremediavelmente encadeada, não é? Nós é que tendemos a nos confundir às vezes porque estamos habituados a cortá-lo de acordo com o nosso tamanho.
Mas a maioria das pessoas é incapaz de se aceitar como um caso típico, que acontece todos os dias.
Podemos afirmar que vagamos sem destino por um mundo de coincidências.
Vontade é um conceito que controla o vazio, controla o tempo e controla as possibilidades.
Só um bando de anões urdindo tramas sem parar no vão debaixo da minha varanda.
Você pode entender que o buraco da rosquinha é uma ausência, como também pode entender que é uma presença. É uma questão puramente metafísica, que em nada altera o gosto da rosquinha.
Será que um ser humano consegue continuar vivendo com tantos defeitos dentro de si? Claro que consegue. E esse é o problema, no fim das contas.
Um homem é levado ao hábito de beber desmedidamente pelos mais diversos motivos. Os motivos podem ser diversos, mas conduzem quase sempre a um mesmo resultado. Em 1973, meu sócio era um bêbado feliz. Em 1976 tinha se transformado num bêbado ligeiramente infeliz e, no verão de 1978, ele enfim manuseava desajeitado a maçaneta da porta que leva ao alcoolismo. Quando sóbrio, meu sócio era — do mesmo modo que a maioria dos alcoólatras — um sujeito se não esperto, ao menos bom e decente. Era consenso quase unânime entre os que o conheciam. Ele próprio se julgava assim. E por isso bebia. Afinal, era nos momentos de embriaguez que se sentia mais próximo à autoimagem do sujeito bom e decente.