Poema lírico-narrativo, datado do primeiro exílio de Garrett, considerado a primeira obra romântica da literatura portuguesa, que aborda episódios da vida do poeta Luís de Camões relacionados com a composição e a publicação da epopeia Os Lusíadas. No prefácio, Garrett afirma não ter obedecido "a regras nem a princípios", não ter consultado "Horácio nem Aristóteles" e, demarcando-se de qualquer escola literária ("não sou clássico nem romântico; de mim digo que não tenho seita nem partido em poesia"), confessa ter seguido apenas "o coração e os sentimentos da natureza". Abrindo com a célebre invocação à "Saudade! Gosto amargo de infelizes,/ Delicioso pungir de acerbo espinho," e retratando um Camões desterrado, cantor idealista e desgraçado de uma pátria exangue, com o qual o autor se identifica, o poema surge como a obra emblemática e fundadora do Romantismo português, como salienta Teófilo Braga ("Garrett e a sua obra" in Obras Completas de Garrett): "Nesses dois poemas, Camões e D. Branca, o desolado proscrito fundava uma era nova da literatura portuguesa, acordando na nacionalidade o alento de sua tradição e relacionando o seu espírito com a nova corrente de idealização estética do romantismo." Só entre 1825 e 1880 a obra teve sete edições, sem contar com as edições brasileiras e apócrifas.Só entre 1825 e 1880 a obra teve sete edições, sem contar com as edições brasileiras e apócrifas.
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