O homem do petróleo e do aço, o ativista político implacável. O autor das páginas mais significativas da literatura infantil brasileira e de uma importante obra adulta que mostra o cotidiano e as mazelas da sociedade da primeira metade do século 20. Este é o Lobato que todos conhecem, que aprendemos desde as primeiras leituras da vida a admirar... No entanto, agora é possível saber mais sobre um outro lado do autor, que pode parecer surpreendente à distância das décadas, num momento em que sua imagem e mito estão postos: o jovem missivista, que trocou cartas de amor com Purezinha, carinhoso apelido daquela que viria a ser sua esposa até o final da vida.
Essa correspondência foi minuciosamente colecionada pela namorada. Num primeiro momento, como se fazia na época, pelo romantismo (que ainda havia) de manter as palavras de carinho para sempre relembrá-las. Mais tarde, pela noção de responsabilidade de guardar os escritos daquele que havia se tornado um dos mais importantes e ativos autores de língua portuguesa de seu tempo.
O zelo acabou resultando numa compilação que faz parte do importante trabalho de resgate da obra de Lobato. O leitor vai poder acompanhar (e, de alguma forma, viver) as situações de uma época diferente, na qual o imediatismo das trocas de mensagens eletrônicas não existia, e havia mais espaço para a reflexão e o apuro estilístico, mesmo em se tratando de cartas entre apaixonados. Lobato se revela inteiro nessa obra, um presente para seus fãs. Mas também uma oportunidade de conhecer pelas mãos de um grande escritor como o amor profundo, que se sabia para toda a existência, podia inspirar belas páginas em tempos menos acelerados.
Cartas de Amor
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