Cem quilos de ouro
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O danado, seu moço, é trabalhar a vida inteira e no fim ser sepultado na terra do patrão.”
Collor vai pouco à missa, não esconde a sua simpatia pela Teologia da Libertação, mas é extremamente conservador no que diz respeito à liturgia.
Para quem está habituado com as imagens de Che Guevara ou Fidel Castro, Humberto Ortega não impressiona muito à primeira vista. Apesar de devidamente paramentado — farda verde-oliva, boina preta caída sobre a orelha, lenço vermelho e preto amarrado ao pescoço, duas enormes pistolas na cintura —, ele tem aspecto franzino, nem um pouco assustador. A figura à nossa frente mais parece um estudante de filosofia do que o guerrilheiro mais procurado pela cia e pelos governos da América Central. Ele nos pede desculpas pelo incômodo dos óculos pintados de preto, pela viagem desconfortável e pelo aparato militar. A cara de menino esconde onze anos de militância guerrilheira — ele tem apenas 31 anos — e riscos dignos de um Guevara ou Fidel. Ainda adolescente, Ortega entrou para a Frente Estudantil Revolucionária, agrupamento semiclandestino que fustigava o somozismo. Mal entrado na universidade, caiu na clandestinidade, já como militante da Frente Sandinista, organização que na época já tinha quase onze anos de vida. Embora