2001. Aos 3.8 anos passando cremes no corpo e fazendo o auto-exame das mamas, "do meio do nada" achei um caroço na mama direita. O diagnóstico...carcinoma invasivo! Meu mundinho arrumadinho de mãe, esposa, trabalhadora, estudante veio abaixo. Foi como levar uma tijolada na cabeça. A doença invadiu minha vida, o medo de morrer me paralisou, entrei em depressão profunda com crises de pânico. Tratamento Vip: mastectomia radical, esvaziamento axilar, reconstrução da mama, quimioterapia, radioterapia, longos anos de hormonioterapia, fisioterapia, psicoterapia. O medo foi tão grande que quase matei a família inteira, principalmente marido e filha de 7 aninhos (meus fiéis escudeiros) de tanto trabalho que dei! Afff...! Transformei um perrengue difícil milhões de vezes pior!
Poderia alegar insanidade temporária, mas na verdade foi medão mesmo! Tranquei-me em mim mesma, não confessava ou conversava minhas inseguranças e medos a ninguém além de Deus! Meu lugar favorito era meu quarto fechado, escuro e encolhida no chão, uma toca entre o criado e a cama! Deus me salvou de mim e um conselho do mastologista também! Escreva seus sentimentos Marina! Demorei para obedecer o conselho e parar de resistir ao psiquiatra psicanalista e sabotar a medicação. A escrita foi uma terapia que me tirou do fundo do poço para vida. A meu favor alego a inexistência das redes sociais e grupos de pacientes no mesmo drama e que entendesse que por mais estúpido que parecesse, a perda do cabelo foi horrível, o ponto do qual eu não podia mais negar a doença e me encarar como uma vítima de uma doença que só o nome, câncer, mete medo em qualquer ser humano!
Poderia alegar insanidade temporária, mas na verdade foi medão mesmo! Tranquei-me em mim mesma, não confessava ou conversava minhas inseguranças e medos a ninguém além de Deus! Meu lugar favorito era meu quarto fechado, escuro e encolhida no chão, uma toca entre o criado e a cama! Deus me salvou de mim e um conselho do mastologista também! Escreva seus sentimentos Marina! Demorei para obedecer o conselho e parar de resistir ao psiquiatra psicanalista e sabotar a medicação. A escrita foi uma terapia que me tirou do fundo do poço para vida. A meu favor alego a inexistência das redes sociais e grupos de pacientes no mesmo drama e que entendesse que por mais estúpido que parecesse, a perda do cabelo foi horrível, o ponto do qual eu não podia mais negar a doença e me encarar como uma vítima de uma doença que só o nome, câncer, mete medo em qualquer ser humano!
