Contos E Prosas

O ano era 1975, no auge do período das mordaças verdes, quando os jovens eram proibidos de se juntar em grupos de bate-papo pelas ruas das cidades após às dez horas da noite, pois corriam o risco de serem acusados de conspiração contra o regime, ainda que somente cantassem uma canção do Milton Nascimento ou trocassem simples informações sobre o cotidiano. E mesmo assim, as pessoas plantavam flores em meio aos tanques. Nesse clima cinzento nasce a grande paixão adolescente entre Cândido e Lucy. Mas a inveja, como parte de um fator humano, continuará fazendo vítimas como em todos os tempos. Envoltos numa intriga diabólica, o fim é inevitável. Muitas lágrimas rolaram, mas esse amor estava fadado a atravessar as barreiras do tempo. Cada um tomou um rumo diferente na vida; mas na mesma linha do destino, estava escrito um emocionante reencontro após muitos anos de separação. E é de uma maneira surpreendente e inacreditável que esse reencontro acontece num bate-papo no Facebook, nas horas mortas da madrugada. Dois perfis falsos; Íris e Jonas, e uma poesia na linha do tempo é o suficiente para que essas duas almas gêmeas se reconheçam. Esse é um pequeno relato do conto: UM RAIO DE LUZ NA MADRUGADA, um dos subtítulos de CONTOS E PROSAS, de Laércio Carvalho. Abaixo, uma pequena amostra de prosas poéticas extraída do mesmo livro: Senhor! Às vezes apago todas as luzes e fico observando o cintilar das estrelas por entre a fresta da janela entreaberta. Diante da imensidão do teu mundo, permeio as estrelas em um voo solitário nas asas do meu pensamento. Às vezes eu tenho dúvidas: O que é mais importante para ti? A reflexão desse solitário viajante ou a monótona sinfonia dos grilos, escondidos na relva molhada, no silêncio dessa madrugada? Laércio Carvalho, 2013.