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    Crônica de um Amor Louco

    Por Charles Bukowski
    Existem 15 citações disponíveis para Crônica de um Amor Louco

    Sobre



    Crônica de um amor louco é o primeiro dos dois volumes da obra Ereções, ejaculações e exibicionismos, do genial escritor Charles Bukowski (1920-1994). Uma jornada pelo universo infernal e onírico do velho e safado Buk ? seus personagens desvalidos, seus quartos imundos em hotéis baratos, seus bares enfumaçados na longa louca noite de neon: o sonho americano reduzido a trapos nas ruas desertas da madrugada voraz de Los Angeles, a cidade que Bukowski amava acima de todas as coisas.

    Este primeiro volume leva o título do filme que o italiano Marco Ferreri realizou baseado nos textos de Bukowski e cuja linha mestra é extamente o primeiro conto do livro, A mulher mais linda da cidade. Ao narrar a história de Cass, uma bela mestiça que passara a adolescência em um convento, Bukowski mergulha na excitação frenética, na insanidade corrosiva das noites mormacentas e manhãs de névoa poluída da sua amada Los Angeles. Os contos parecem brotar do seu estômago ulcerado, são jogados ao papel entre espasmos de delirium tremens e fantasias alcoólicas disformes. Perto dessas histórias rudes e ríspidas, os contos de outros autores parecem narrativas de colegiais, que nada têm a ver com o mundo da maquinaria, com esse gigantesco cemitério de automóveis que nos envolve e sufoca. Ma ao memos tempo Bukowski é lírico. Seus contos terminam bruscamente, mas deixam suspensa no ar uma sensação de dignidade e esperança na raça humana.
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    Citações de Crônica de um Amor Louco

    vida, por pequena que seja, se torna preciosíssima quando se avizinha do fim.

    A poesia diz tudo no menor espaço de tempo; a prosa demora muito pra dizer quase nada.

    Por mínimo que seja o que um homem possua, sempre descobre que pode contentar-se ainda com menos.

    nenhuma mulher fode do mesmo jeito que a outra, e é isso que mantém o interesse do homem, contribuindo para ele cair na armadilha.

    Tânia riu, se levantou, veio na nossa direção e sentou no meu colo. MÁQUINA DE FODER? Não dava para acreditar! a pele dela era pele, ou ao menos parecia, e a língua, que espetou no fundo da minha boca quando nos beijamos, nada tinha de mecânica – cada movimento era diferente, reagindo aos meus. entrei logo em ação, rasgando-lhe a blusa para apalpar os seios, baixando a calcinha com uma tesão como há anos não sentia e então nos atracamos; não sei como, estávamos em pé – e peguei-a assim mesmo, puxando as mechas daquela longa cabeleira loura, inclinando-lhe a cabeça para trás. depois, esticando o braço e enfiando-lhe o dedo no cu, continuei a meter até levá-la ao orgasmo – dava para sentir as palpitações; e aí também gozei. foi a melhor foda que dei em toda a minha vida!

    a diferença entre democracia e ditadura é que, numa, primeiro a gente vota e depois cumpre ordens, ao passo que na outra não é preciso perder tempo com eleições.

    – Barney, quando o cara não tem onde cair morto, e tá encurralado, faminto e cansado, ele é capaz de chupar pica, mamica, e até de comer bosta pra poder continuar vivo; ou se conforma ou se suicida. a raça humana não tá com nada, rapaz. não é flor que se cheire.

    estão sempre devolvendo os romances, contos e poemas que escrevo. que merda, eu não posso ir pra Nova York e ficar puxando o saco de tudo quanto é editor! não há ninguém com mais talento do que eu, mas sem pistolão não adianta! se me contento com qualquer tipo de trabalho indigno de mim, é porque sou gênio!

    toda vez que nos preocupávamos, a única solução era foder. ajudava a esquecer um pouco. fodíamos à beça e, para sorte minha, Linda era boa de cama. o hotel inteiro vivia cheio de gente como nós, tomando vinho e fodendo, sem saber o que vinha pela frente. volta e meia alguém saltava pela janela. mas sempre, quando tudo indicava que a gente teria que se contentar em comer a própria merda,

    quais são os teus ídolos? – George Washington, Bob Hope e Mae West. Richard Nixon, os ossos do Clark Gable e toda a gente que vi na Disneylândia. Joe Louis, Dinah Shore, Frank Sinatra, Babe Ruth, os Boinas Verdes, porra, todo o exército e a marinha dos Estados Unidos e, principalmente, os Fuzileiros Navais, e até o Tesouro Nacional, a CIA, o FBI, a United Fruit, a patrulha rodoviária, o maldito departamento de polícia de Los Angeles em peso, e os tiras locais também.

    o que quer dizer que, quando a gente é bêbado, tem que ter sorte, e quando não é, também tem que ter.

    Linda e eu, portanto, sentávamos num banco e olhávamos os patos. os desgraçados não tinham absolutamente nada para se preocupar – sem problemas de aluguel, ou de roupa, e comendo até dizer chega –, passavam o tempo todo deslizando em cima da água, de um lado para outro, cagando e grasnando. mastigando, mastigando, se empanturrando sem parar. volta e meia algum hóspede do hotel pegava um deles de noite, matava o infeliz, levava para o quarto, limpava e cozinhava. a ideia nos seduziu, mas nunca pusemos em prática. de mais a mais, eram difíceis pra burro de pegar; a gente chegava bem perto e SLAAASH!!! se encharcava de alto a baixo e o filho da puta sumia!

    eu não gostava do mundo, mas em tempos precavidos e tranquilos, dava quase para compreendê-lo.

    Beleza não vale nada e depois não dura. Você nem sabe a sorte que tem de ser feio. Assim, quando alguém simpatiza contigo, já sabe que é por outra razão.

    bateram uma radiografia do PEITO e engessaram o braço. vê se é possível! no mínimo se tivesse fraturado o crânio, tirariam radiografia do rabo.

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