De Profundis
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É preciso que entendamos as coisas por nós mesmos, é inútil explicar a alguém aquilo que ele não sente e não é capaz de entender.
“O sofrimento é algo permanente, misterioso e sombrio e tem a natureza do infinito”.
Os erros mais terríveis da vida de um homem não acontecem porque ele é um ser irracional – um momento de irracionalidade pode tornar-se o mais belo momento da vida –, mas porque ele é um ser lógico.
Lamentar as experiências vividas é uma forma de impedir o próprio desenvolvimento. Negá-las é colocar uma mentira nos lábios da própria vida. É nem mais nem menos do que a negação da alma.
Introdução
percebia que a mesma alma não pode abrigar duas paixões tão diferentes: elas não podem habitar ao mesmo tempo aquela bela casa. O amor é alimentado pela imaginação, através da qual nos tornamos mais sábios do que sabemos, melhores do que nos sentimos, mais nobres do que somos, capazes de ver a vida como um todo; através da qual, e só através dela, chegamos a entender os outros tanto em sua relação real quanto ideal. Só o que é superior e superiormente concebido pode alimentar o amor, mas qualquer coisa alimentará o ódio.
A vida na prisão, com suas privações e limitações contínuas, nos torna rebeldes. Pois o mais terrível não é que ela consiga partir os nossos corações – os corações foram feitos para serem partidos – mas que os transforme em pedra. Às vezes sentimos que só com muito descaramento e insolência conseguiremos suportar mais um dia. E todo aquele que vive em estado de rebelião não pode receber a graça – para usar um termo que tanto agrada à Igreja, e com razão, atrevo-me a dizê-lo – pois na arte, tanto quanto na vida, o espírito de revolta fecha os canais da alma e impede a entrada dos ares celestiais.
Quando começamos a viver, tudo que é doce é de tal forma doce e tudo que é amargo é de tal forma amargo que inevitavelmente dirigimos todos os nossos desejos para os prazeres e não procuramos apenas “alimentar-nos de mel por um mês ou dois”, mas não queremos provar outro alimento durante a vida inteira, ignorando durante todo esse tempo que, ao fazê-lo, poderemos estar matando a nossa alma de fome.
Pois os calculistas, aqueles que veem a vida como um jogo de astúcia que depende de uma cuidadosa avaliação de modos e meios, sempre sabem para onde estão indo e conseguem chegar lá. Eles começam com o ideal de ser o bedel da paróquia e, seja qual for a classe social a que pertençam, conseguem atingi-lo. Tornam-se bedéis da paróquia e nada mais do que isso. Um homem cujo único objetivo seja tornar-se um membro do parlamento, um bem-sucedido comerciante de secos e molhados, um advogado famoso, um juiz ou qualquer outra coisa igualmente enfadonha, sempre consegue realizá-lo. E esse é o seu castigo: aqueles que sonham com uma máscara são condenados a usá-la.
O mundo sempre amou os santos por ver neles a coisa mais próxima à perfeição de Deus. Por algum divino instinto, Cristo parece ter amado o pecador por ver nele a coisa mais próxima à perfeição do homem. Seu principal objetivo não era nem reformar as pessoas nem aliviar o sofrimento, ele não desejava transformar um ladrão interessante num homem honesto e aborrecido, não teria apreciado a Sociedade de Auxílio aos Encarcerados ou qualquer outro movimento desse tipo, nem teria considerado a conversão de um publicano em fariseu como um grande feito. Mas, de uma forma que o mundo ainda não chegou a entender, considerava o pecado e o sofrimento como sendo, por si mesmos, coisas belas e sagradas, como formas de perfeição.
Lembre-se que todo sentimental é sempre um cínico e que o sentimentalismo é, na verdade, apenas o feriado bancário do cinismo. E por mais delicioso que este possa parecer, sob o ponto de vista intelectual, agora que trocou o púlpito pelo clube, jamais poderá ser mais do que a filosofia perfeita para um homem sem alma. Não há dúvida de que tem certa utilidade social e, embora todas as formas de expressão tenham algum interesse para o artista, o cinismo, quando considerado isoladamente, não vale grande coisa, pois nada é jamais revelado ao verdadeiro cínico.
O amor é alimentado pela imaginação, através da qual nos tornamos mais sábios do que sabemos, melhores do que nos sentimos, mais nobres do que somos, capazes de ver a vida como um todo; através da qual, e só através dela, chegamos a entender os outros tanto em sua relação real quanto ideal. Só o que é superior e superiormente concebido pode alimentar o amor, mas qualquer coisa alimentará o ódio.
“Tenho de manter o Amor no meu coração, doutra forma como suportarei este dia?”