Depois de você (Como eu era antes de você Livro 2)
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Com esse beijo, tentei lhe dizer quanto ele significava para mim. Tentei mostrar que ele era a melhor resposta para uma pergunta que eu nem percebera que andava fazendo. Tentei agradecer por querer que eu fosse eu mesma, mais do que queria que eu ficasse.
Eu me sentia melhor quando ele estava por perto, me sentia mais quem eu queria ser.
nenhum de nós segue em frente sem olhar para trás. Seguimos em frente sempre levando aqueles que perdemos. O que temos a intenção de fazer em nosso pequeno grupo é assegurar que trazê-los conosco não é um fardo impossível de carregar, um peso que nos mantém empacados no mesmo lugar. Queremos sentir a presença dessas pessoas como uma dádiva.
É importante não transformar os mortos em santos. Ninguém consegue andar à sombra de um santo.
Aprendemos a conviver com a perda, com as pessoas que nos deixam. Porque elas permanecem conosco, mesmo não estando vivas, mesmo não respirando mais. Não é a mesma dor avassaladora que sentimos no começo, aquela que nos invade e dá vontade de chorar nos lugares errados, que nos deixa irracionalmente irritados com todos os idiotas que ainda continuam vivos, enquanto quem amamos está morto. Mas aprendemos a nos adaptar. É como se acostumar com um buraco dentro de nós. Sei lá. É como se nos tornássemos… um donut quando queríamos virar um pão.
“Você não precisa deixar que uma única coisa seja aquilo que define quem você é.”
Senti saudade, Louisa Clark. Então fico com vontade de contar. Quero dizer que não sei o que sinto. Quero ficar com ele, mas estou com medo. Não quero que toda a minha felicidade dependa de outra pessoa, não quero ser refém de destinos que não consigo controlar. Seus olhos estão fixos no meu rosto, me interpretando. — Pare de pensar — diz ele. Sam me puxa para perto, então relaxo. Esse homem passa o dia inteiro entre a vida e a morte. Ele entende.
— As pessoas se cansam do luto — comentou Natasha. — É como se tacitamente nos dessem um tempo, seis meses, talvez, e depois ficassem um pouco irritadas por você não ter “melhorado”. É como se estivéssemos sendo autoindulgentes ao nos prender à nossa infelicidade.
Quase todas as manhãs, levava vovô para dar uma volta no parque, a pedido da minha mãe. O médico o instruíra a se exercitar diariamente, mas um dia, ao segui-lo, ela descobriu que ele ia apenas até a loja da esquina comprar um saco enorme de torresmo e comia tudo enquanto voltava sem pressa para casa.
É isso que uma catástrofe faz: elimina as bobagens e o barulho de fundo,
Tudo bem. Enfim. Tenho uma pergunta de verdade. Quanto tempo acha que a gente leva para superar a morte de alguém? Quer dizer, alguém que a gente realmente amou. Não sei direito por que perguntei isso a ele. Foi de uma falta de sensibilidade quase cruel, considerando as circunstâncias. Talvez fosse medo de que o mulherengo compulsivo estivesse prestes a pôr as mangas de fora. Os olhos de Sam se arregalaram um pouco. — Hum. Bem… — Ele olhou para sua caneca e depois para os campos sombrios. — Não tenho certeza se algum dia a gente supera. — Que animador. — Pois é. Já pensei muito sobre isso. Aprendemos a conviver com a perda, com as pessoas que nos deixam. Porque elas permanecem conosco, mesmo não estando vivas, mesmo não respirando mais. Não é a mesma dor avassaladora que sentimos no começo, aquela que nos invade e dá vontade de chorar nos lugares errados, que nos deixa irracionalmente irritados com todos os idiotas que ainda continuam vivos, enquanto quem amamos está morto. Mas aprendemos a nos adaptar. É como se acostumar com um buraco dentro de nós. Sei lá. É como se nos tornássemos… um donut quando queríamos virar um pão.