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    Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens

    Por Jean-Jacques Rousseau
    Existem 14 citações disponíveis para Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens

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    Qual a origem da desigualdade entre os homens? Esta pergunta atual, contundente e complexa fascinou Rousseau (1712-1778) em meados do século XVIII. O filósofo, impressionado com a grandiosidade da questão, produziu o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Publicado em 1755, este ensaio exerceu uma grande influência não somente sobre o pensamento cultural e político da época ? insuflando os líderes da Revolução Francesa com seu entusiasmo e a defesa apaixonada de seus ideais ? como também serviu de base, mesmo que indiretamente, para diversos pensadores como Proudhon, Marx e Heidegger.

    Rousseau, ao realizar um estudo crítico sobre a desigualdade, sustenta sua argumentação em dois grandes pilares: a instituição da propriedade privada ? que seria o fator de grande ruptura na organização social da humanidade, desencadeador de guerras e crimes ? e a ambigüidade da própria civilização, fruto do conflito entre o homem e a natureza, ao mesmo tempo perversa e impulsionadora do progresso.

    Neste ensaio, Rousseau não aponta soluções para a desigualdade, mas identifica a natureza deste problema, para o qual O contrato social, publicado sete anos depois, busca a cura.
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    Citações de Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens

    O mesmo acontece com o homem: ao se tornar sociável e escravo, ele se torna fraco, medroso, subserviente, e sua maneira de viver ociosa e efeminada acaba por debilitar-lhe a força e a coragem.

    é de tanto estudar o homem que nos tornamos incapazes de conhecê-lo.

    Assim também os homens dissolutos se entregam a excessos que lhes causam a febre e a morte, porque o espírito deprava os sentidos e porque a vontade ainda fala quando a natureza se cala.

    Concebo na espécie humana dois tipos de desigualdade: uma que chamo natural ou física, porque é estabelecida pela natureza e consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito ou da alma; a outra que podemos chamar desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de convenção e é estabelecida, ou pelo menos autorizada, pelo consentimento dos homens.

    a alma humana, alterada no seio da sociedade por inúmeras causas sempre a renascer, pela aquisição de uma série de conhecimentos e de erros, pelas modificações advindas na constituição dos corpos e pelo choque contínuo das paixões, mudou, por assim dizer, de aparência, a ponto de ser quase irreconhecível;

    O primeiro que, ao cercar um terreno, teve a audácia de dizer isto é meu e encontrou gente bastante simples para acreditar nele foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.

    Portanto, desejaria que ninguém no Estado pudesse considerar-se acima da lei e que ninguém de fora pudesse impor-se, obrigando o Estado a reconhecê-lo. Pois, não importa a constituição de um governo, se nele houver um único homem não submetido à lei, todos os outros estarão necessariamente à mercê desteI1. E, se houver um chefe nacional e um outro estrangeiro, não importa a divisão de autoridade que possam fazer, é impossível que ambos sejam igualmente obedecidos e que o Estado seja bem governado.

    O homem selvagem e o homem civilizado diferem de tal modo pelo fundo do coração e das inclinações, que o que faz a felicidade suprema de um reduziria o outro ao desespero. O primeiro aspira somente ao repouso e à liberdade, só quer viver e permanecer desocupado, e a própria ataraxia do estoico não se aproxima de sua profunda indiferença por qualquer outro objeto. Ao contrário, o cidadão sempre ativo agita-se e atormenta-se sem parar, buscando ocupações ainda mais laboriosas: trabalha até a morte, corre mesmo em direção a ela para ter condições de viver, ou renuncia à vida para adquirir a imortalidade. Corteja os poderosos que odeia e os ricos que despreza, nada poupa para obter a honra de servi-los; orgulha-se de sua baixeza e da proteção deles e, envaidecido dessa escravidão, fala com desdém dos que não têm a honra de partilhá-la. Que espetáculo não seria para um caraíba os trabalhos penosos e invejados de um ministro europeu! Quantas mortes cruéis não preferiria esse indolente selvagem ao horror de semelhante vida, muitas vezes nem sequer suavizada pelo prazer de agir bem! No entanto, para compreender o motivo de tantas preocupações, bastaria que ele visse um sentido nas palavras poder e reputação, que descobrisse que há homens que valorizam os olhares do resto do universo, que sabem ficar felizes e contentes consigo mesmos mais pelo testemunho de outrem do que pelo seu próprio. Tal é, de fato, a verdadeira causa de todas essas diferenças: o selvagem vive nele mesmo, enquanto o homem sociável, sempre fora de si, só sabe viver na opinião dos outros, e é somente do julgamento deles, por assim dizer, que obtém o sentimento de sua própria existência. Não faz parte do meu tema mostrar de que maneira nasce, de uma tal disposição, tanta indiferença em relação ao bem e ao mal, com tão belos discursos de moral; de que maneira, reduzindo-se tudo às aparências, tudo se torna artificial e fingido – honra, amizade, virtude e até mesmo os vícios, nos quais se descobr

    “para proteger da opressão os fracos, conter os ambiciosos e garantir a cada um a posse do que lhe pertence. Instituamos regras de justiça e de paz às quais todos sejam obrigados a se conformar, sem excetuar ninguém, e que compensem de algum modo os caprichos da fortuna submetendo igualmente o poderoso e o fraco a deveres mútuos. Em suma, em vez de voltar nossas forças contra nós mesmos, reunamo-las num poder supremo que nos governe segundo leis sábias, que proteja e defenda todos os membros da associação, que afaste os inimigos comuns e que nos mantenha numa concórdia eterna.”

    O ciúme desperta com o amor, a discórdia triunfa e a mais doce das paixões recebe sacrifícios de sangue humano.

    de modo que sua privação tornou-se mais cruel do que era doce a posse, e as pessoas sentiam-se infelizes de perdê-las sem estarem felizes de possuí-las.

    é difícil perder-se para sempre uma educação da qual participa o coração.

    mesmo havendo uma inclinação para o vício, é difícil perder-se para sempre uma educação da qual participa o coração.

    De fato, parece que, se sou obrigado a não fazer mal a meu semelhante, não é tanto porque ele é um ser racional, e sim porque é um ser sensível; qualidade que, sendo comum ao animal e ao homem, deve pelo menos dar a um o direito de não ser maltratado inutilmente pelo outro.

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