Em meu segundo romance, dedico-me a uma comovente história inspirada em notícias que invadiram os jornais brasileiros há alguns anos. Um protagonista impotente perante o destino, que o humilha e aliena, envolve-se em uma tragédia: destrói aquilo que mais ama. Um médico-legista, sádico e obcecado. Um promotor público, corrupto e populista. Estes são os ingredientes de Dissecado, meu novo mergulho na literatura brasileira. O livro cai de cabeça em uma noção universal, a paternidade, ao narrar a história de um homem que acidentalmente mata seu único filho e se torna alvo do circo da mídia. Assim, este trabalho vivissecciona a sociedade brasileira atual em seus mais pitorescos aspectos, ironizando nossas distorções dos conceitos de “ética” e “moral,” “público” e “privado,” “responsabilidade cívica” e “entretenimento,” e meticulosamente examinando nossa visão do “gênero masculino” – tão singular entre os países ocidentais. Sobretudo, ao acompanhar a interminável e dilacerante dor do impotente filicida, Dissecado debate o significado da existência humana e da vida. Trata-se de uma história tocante que poderia acometer qualquer um de nós.
Dissecado
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