Do que eu falo quando eu falo de corrida
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Nada no mundo real é tão belo quanto as ilusões de uma pessoa prestes a perder a consciência.
Tenho apenas alguns motivos para continuar a correr, e um caminhão deles para desistir. Tudo que tenho a fazer é manter esses poucos motivos muito bem-cuidados.
A coisa mais importante que jamais aprenderemos na escola é o fato de que coisas importantes não podem ser aprendidas na escola.
Para seguir em frente, é preciso manter o ritmo. Isso é o mais importante em projetos de longo prazo. Assim que você estabelece o ritmo, o resto vem a reboque. O problema é conseguir fazer com que a roda fique girando a uma determinada velocidade — e chegar a esse ponto exige o máximo de concentração e esforço de que a pessoa é capaz.
Quando corria, um pensamento me veio à cabeça: mesmo que meu tempo na corrida não melhore, não há muito que eu possa fazer a respeito. Fiquei mais velho, e o tempo cobra seu tributo. Não é culpa de ninguém. Essas são as regras do jogo. Assim como um rio corre para o mar, ficar velho e diminuir o ritmo fazem parte do cenário natural, e tenho de aceitar o fato. Talvez não seja um processo dos mais divertidos, e o que descubro como resultado talvez não seja lá muito agradável. Mas que escolha tenho, afinal? A meu próprio modo, apreciei minha vida até aqui, mesmo que não possa dizer que a apreciei plenamente.
Forçar a si mesmo ao máximo dentro de seus limites individuais: essa é a essência de correr, e uma metáfora aplicável à vida
Desisti de prestar atenção nas pernas desobedientes e comecei a me concentrar na parte superior do corpo. Eu agitava os braços em gestos amplos conforme corria, fazendo meu tronco gingar e transmitindo a força cinética para a metade inferior do corpo. Usando essa energia, consegui fazer as pernas se movimentarem (depois da corrida, contudo, meus pulsos ficaram inchados). Naturalmente, só dá para avançar no ritmo de uma lesma, correndo desse jeito, de um modo não muito diferente de uma caminhada acelerada. Mas por mais lentamente que fosse, como que atinando com qual era sua tarefa, ou talvez como que se resignando com seu destino, os músculos das minhas pernas começaram a trabalhar normalmente e consegui correr quase no mesmo ritmo de sempre. Viva.
apenas alguns motivos para continuar a correr, e um caminhão deles para desistir. Tudo que tenho a fazer é manter esses poucos motivos muito bem-cuidados.
Claro que foi doloroso, e houve momentos em que, emocionalmente, eu simplesmente queria chutar o balde. Mas a dor parece ser um pré-requisito nesse tipo de esporte. Se não houvesse dor envolvida, quem neste mundo se daria o trabalho de participar de esportes como o triatlo ou a maratona, que exigem tal investimento de tempo e energia? É precisamente por causa da dor, precisamente porque queremos suplantar essa dor, que conquistamos o sentimento, mediante esse processo, de realmente estarmos vivos — ou ao menos uma sensação parcial disso. A qualidade de sua experiência está baseada não em padrões como tempo ou colocação, mas em finalmente acordar para uma consciência da fluidez que há dentro da própria ação. Quando as coisas transcorrem bem, é claro.
À medida que envelhece você aprende até mesmo a ser feliz com o que tem. Essa é uma das poucas vantagens de envelhecer.
Se você quer desfrutar os anos, é muito melhor vivê-los com objetivos claros e plenamente vivo do que numa bruma, e acredito que correr ajude a fazer isso. Forçar a si mesmo ao máximo dentro de seus limites individuais: essa é a essência de correr, e uma metáfora aplicável à vida —
Mas a dor parece ser um pré-requisito nesse tipo de esporte. Se não houvesse dor envolvida, quem neste mundo se daria o trabalho de participar de esportes como o triatlo ou a maratona, que exigem tal investimento de tempo e energia? É precisamente por causa da dor, precisamente porque queremos suplantar essa dor, que conquistamos o sentimento, mediante esse processo, de realmente estarmos vivos — ou ao menos uma sensação parcial disso. A qualidade de sua experiência está baseada não em padrões como tempo ou colocação, mas em finalmente acordar para uma consciência da fluidez que há dentro da própria ação. Quando as coisas transcorrem bem, é claro.
Na maioria dos casos, aprender alguma coisa essencial na vida exige dor física. Desde
O fim da corrida é apenas um marcador temporário sem muito significado. O mesmo se dá com nossas vidas. Só porque tem um fim, não quer dizer que a existência tenha significado. Um ponto final está simplesmente determinado como um marcador temporário, ou talvez como uma metáfora indireta para a natureza fugaz da existência. É
A maioria dos corredores corre não porque queira viver mais, mas porque quer viver a vida ao máximo. Se você quer desfrutar os anos, é muito melhor vivê-los com objetivos claros e plenamente vivo do que numa bruma, e acredito que correr ajude a fazer isso. Forçar a si mesmo ao máximo dentro de seus limites individuais: essa é a essência de correr, e uma metáfora aplicável à vida — e, para mim, ao ato de escrever, também. Acredito