Soneto 901: Zé da sanfona
Espicha o fole da sanfona na fresca silhueta
De um prédio novo e chique a festiva sombra...
Gente desocupada quase perdida a esperança escombro;
Já cansada de tanto bater as portas do emprego (a coisa tá preta)!
Então fica ali, a ouvir o Zé espichar o fole da sanfona eufônica...
Que já esteve ferrado, que para vir ao centro da cidade, pedia carona.
E para melhorar o seu nível aprendeu a cantar outros idiomas...
Hoje, muito lhe põe dinheiro e aplausos! E leigos - o riso irônico!
Na sombra do prédio chique o Zé derriça uns bons trocados
Com a sua sanfona. E toda a tarde fica sorrindo à toa!
Minha nossa! ... Posso dizer que estou bem empregado!
E assim ele faz todos os dias - que até já se acostumaram a ir
Nesse seu teatro de rua para vê-lo cantando ao palco calçado;
De alma feliz e cheia de canções bem afinadas.
ebook/21. CICLO DOS 400 SONETOS – VOL. III
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