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    Estórias abensonhadas

    Por Mia Couto
    Existem 9 citações disponíveis para Estórias abensonhadas

    Sobre

    Depois de quase trinta anos de guerra, Moçambique vive agora um período de paz. Nestas Estórias abensonhadas, o premiado escritor Mia Couto capta um país em transição. Numa prosa poética e carregada das tradições orais africanas, o autor tece pequenas fábulas e registros que, sem irromper em grandes acontecimentos, capturam os movimentos íntimos dessa passagem.

    Aqui, fantasia e realidade se entrelaçam e se impõem uma à outra, como num reflexo do próprio continente africano. O rio que atravessa essas veredas é a prosa de Mia Couto. Frequentemente comparada à de Guimarães Rosa e Gabriel Garcia Márquez, sua escrita transforma o falar das ruas em poesia, e carrega de magia a dura realidade de seu país. As palavras se combinam em inúmeros significados, e no menor dos enredos cabe tanto o lirismo quanto a guerra.

    Mas, se em Terra sonâmbula, um dos romances mais célebres do autor, o cenário era o da devastação do conflito que se seguiu à independência, aqui vemos breves instantes do renascer do país.Na Moçambique recriada literariamente por Mia Couto, cada porta entreaberta revela outra faceta de um mundo novo e vibrante, mas repleto de tradição e história.

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    Citações de Estórias abensonhadas

    Mas a ilusão de se estar certo nasce de todos estarem errados no mesmo momento.

    Vovô era dos que se calam por saber e conversam mesmo sem nada falarem.

    Neste lugar, não há pedacitos. Todo o tempo, a partir daqui, são eternidades.

    nós temos olhos que se abrem para dentro, esses que usamos para ver os sonhos. O que acontece, meu filho, é que quase todos estão cegos, deixaram de ver esses outros que nos visitam.

    Iniciemos pela moça: ela era espantadamente bela, com face de invejar aos anjos. Nem água fosse mais cristalinda.

    O avô era um homem em flagrante infância, sempre arrebatado pela novidade de viver.

    água sabe quantos grãos tem a areia. Para cada grão ela faz uma gota. Tal igual a mãe que tricota o agasalho de um ausente filho.

    mulher preta livre é a que sabe o que fazer com o seu próprio cabelo.

    Escrevo como Deus: direito mas sem pauta. Quem me ler que desentorte as palavras. Alinhada só a morte. O resto tem as duas margens da dúvida. Como eu, feito de raças cruzadas. Meu pai, português, cabelos e olhos loiros. Minha mãe era negra, retintinha. Nasci, assim, com pouco tom na pele, muita cor na alma.

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