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    Estrelas de Arrabalde

    Por José Humberto da Silva Henriques

    Sobre

    Estrelas de Arrabalde
    Esse livro é cheio de surpresas. São contos de um naturalismo surpreendente, sem que isso deva ser chamado de corrente literária. Ou época. O primeiro conto trata de uma ouvinte de rádio que pede suas canções prediletas ao Lucky Henry, o locutor. Não obstante, Solange, a personagem, tem sua intimidade revelada de uma maneira profunda e sonhadora. É preciso ler um livro assim. Fragmento: Tinha eu o meu semprestar. O que fazer, como toda criatura vivente, quando pode ser que o mais certo é estar obedecendo ao mando da vontade, sem restrição e sem regra, as conseqüências sendo um caso a parte que precisa ser relegado ao nada, toda ela, vontade, ditando o preâmbulo das ações, acaso o que não der certo, se foi feito com feitio de volição, pode ser que se corrija depois do erro cometido, Nem corrigisse, pouco de cada coisa se me dá. O dar de ombros. Fica mais fácil trabalhar para consertar um erro cometido com gosto, não se corre o risco de estar babatando em teclas de remorso feito um avantesma cego. Tantas coisas eu fiz, cada uma delas e nenhuma especial. Até umas coisas que não tinham pé, nem cabeça, tantas coisas, porção delas esquisita, capaz até de nem se encaixarem direito dentro da vida. Minhas amigas têm no sexo o corrimão de maria-mole. Uns apreciam as remelas, outros não apreciam os olhos; são estas doses tortuosas de ditos fanhosos, O estrambotismo, o quê é que faz a gente questionar no-depois de acontecido aquilo que ia acontecer? Poderia acontecer de novo comigo e me dar a mesma sensação que já fora experimentada? Minhas amigas revêem no sexo a maria-mole sem o corrimão. Cada uma faz a sua teoria de acordo com a explosão de todas as práticas, as novidades surgindo e uma vontade doida de dançar num lugar que fosse mais bambo que o mambo de uma corda bamba; ou de comer uns bolinhos árabes cujo conteúdo tem, no fundo e muito no fundo, um pedaço de cimitarra e umas castanhas que ninguém sabe o nome.
    Naqueles dias, tudo que era vivo ou que tinha nome, sempre vinha relacionado com esta especialidade. Cada uma queria ser mais sensual e atraente do que a outra, coisa comum entre amigas que usam uma blusinha nova para comer os homens. A gente sabia com perfeição quando é que eles queriam uma coisa assim determinada, um corpo jovem que se embuça como se fosse uma flor com cabelos. Ora, quem é que não sabe que os homens são assim, cheios desses dengos deles mesmos, uns mais vorazes e violentos, capaz mesmo que nem possam de projetar num sossego qualquer quando pressentem os passos de uma rapariga que cruz uma praça. A gente se treina de tanto ser utilizada por olho.
    Palavra que um de meus professores muito usava era psicodélico; achei bonita aquela palavra e passei a aplicá-la a tudo que se movesse, mesmo àquilo que fosse túrgido de inércia, feito a obstinação de uma rocha em querer enganar a gente que nunca foi feita de átomos. Também deixei que a palavra se aplicasse ao meu próprio modo de existir, sem me mover dentro de mim; O que digo, redigo, no porém vertido da questão, já que as coisas psicodélicas as vezes não o são, mas apenas reversam, A coisa mais assim que encontrei foi a trançada transa amorosa dos cães, o entrelaço que a natureza obtemperou nas partes obreiras deles: Coisa de muito pensar, capaz até de um dia cada parte caber entre as guampas de um boi espácio. Definição de sexo em Enciclopédia diz que no caso do homem, tempera-se com prazer o acto primário da reprodução da espécie. Minhas amigas acham que o corrimão prescinde da maria-mole, em caso de sexo. Nos animais, ao contrário do que costuma existir em homens, tanta coisa psicodélica pode variegar as funções, o prazer nem existir, mas somente uma agonia que adjudica a eternidade de existir a espécie? Há muita dificuldade em se fincar pensamento onde o ato pensado não tem forja de aço. Porque uma coisa sincera demais é saber da mirada dos homens na travessia das praças,
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