Com sua habitual originalidade, o sociólogo americano Howard S. Becker lança um desafio para os cientistas sociais: admitir que eles não detêm o monopólio de representação da sociedade, reconhecendo que outros gêneros também produzem conhecimento indispensável sobre o social. Consagrado por seu olhar inovador sobre a transgressão, Becker oferece aqui a qualquer leitor interessado no estudo da cultura uma série de ensaios brilhantes a respeito de artistas, escritores, gêneros literários e formas de representação.
Na primeira parte, o autor trata das ideias que permitem construir um relato sobre a sociedade e analisa diferentes exemplos, como estatísticas, gráficos, fotos, filmes e obras de arte conceitual. Na segunda parte, demonstra como áreas não convencionais de representação se desempenham bem no papel de relatar o social, analisando com muita criatividade peças de teatro, documentários, ensaios e romances.
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Cada afirmação de um fato pressupõe uma teoria que explica que entidades estão ali para serem descritas, que características elas podem ter, quais dessas características podem ser observadas e quais podem ser apenas inferidas a partir de características observáveis, e assim por diante.
Levar em conta as maneiras como as pessoas que trabalham em outros campos — artistas visuais, romancistas, dramaturgos, fotógrafos e cineastas — e os leigos representam a sociedade revelará dimensões analíticas e possibilidades que a ciência social muitas vezes ignorou serem úteis em outros aspectos.
Um relato sobre a sociedade, portanto, é um dispositivo que consiste em declarações de fato, baseadas em evidências aceitáveis para algum público, e interpretações desses fatos, igualmente aceitáveis para algum público.