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    Fédon

    Por Platão
    Existem 16 citações disponíveis para Fédon

    Sobre

    A obra de Platão conta com 28 diálogos considerados autênticos. Entre eles, há vários classificados como obras-primas. Não se conhece a época em que foi escrito; possivelmente depois do ´Banquete´.
    O diálogo narrado passa-se na prisão, do qual participam Sócrates e seus discípulos fiéis, no dia em que o mestre teve de beber sicuta. O assunto é sobre a alma e a morte de Sócrates. O ´Fédon´ é considerado a obra da maturidade do espírito de Platão.
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    Citações de Fédon

    Dar o nome de causas a tais coisas54 seria ridículo. Que se diga que sem ossos, sem músculos e outras coisas eu não poderia fazer o que me parece, isso é certo. Mas dizer que ê por causa disso que realizo as minhas ações e não pela escolha que faço do melhor e com inteligência — essa é uma afirmação absurda. Isso importaria, nada mais nada menos, em não distinguir duas coisas bem distintas, e em não ver que uma coisa é a verdadeira causa e outra aquilo sem o que a causa nunca seria causa. Todavia, é a isso que aqueles que erram nas trevas, segundo me parece, dão o nome de causa, usando impropriamente o termo55. O resultado é que um deles, tendo envolvido a terra num turbilhão56, pretende que seja o céu o que a mantém em equilíbrio, ao passo que para outro ela não passa duma espécie de gamela57, à qual o ar serve de base e de suporte. Mas quanto à força, que a dispôs para que essa fosse a melhor posição, essa força, ninguém a procura; e nem pensam que ela deva ser uma potência divina. Acreditam, ao contrário, haver descoberto um Atlas58 mais forte, mais imortal e mais garantidor da existência do universo do que esse espírito; recusam-se a aceitar que efetivamente o bom e o conveniente formem e conservem todas as coisas. Ardentemente desejaria eu encontrar alguém que me ensinasse o que é tal causa! Não me foi possível, porém, adquirir esse conhecimento então, pois nem eu mesmo o encontrei, nem o recebi de pessoa alguma. Mas quererias, estimado Cebes, que descrevesse a segunda excursão que realizei em busca dessa causalidade?

    corpo de tal modo nos inunda de amores, paixões, temores, imaginações de toda sorte, enfim, uma infinidade de bagatelas, que por seu intermédio (sim, verdadeiramente é o que se diz) não

    Nisto, por conseguinte, antes de mais nada, é que o filósofo se diferencia dos demais homens: no empenho de retirar quanto possível a alma na companhia do corpo.

    se quisermos alcançar o conhecimento puro de alguma coisa, teremos de separar-nos do corpo e considerar apenas com a alma como as coisas são em si mesmas.

    Que não será senão a separação entre a alma e o corpo? Morrer, então, consistirá em apartar-se da alma o corpo, ficando este reduzido a si mesmo e, por outro lado, em libertar- se do corpo a alma e isolar-se em si mesma? Ou será a morte outra coisa?

    Ora, a alma pensa melhor quando não tem nada disso a perturbá-la, nem a vista nem o ouvido, nem dor nem prazer de espécie alguma, e concentrada ao máximo em si mesma, dispensa a companhia do corpo, evitando tanto quanto possível qualquer comércio com ele, e esforça-se por apreender a verdade.

    é fora de dúvida que não são apenas os contrários que se excluem reciprocamente, mas todas as coisas que, sem serem contrárias entre si, não admitem a idéia contrária da que lhes é própria, à aproximação da qual ou cedem o lugar ou vêm a perecer.

    Considera agora, meu caro, se pensas como eu. Estou certo de que desse modo ficaremos conhecendo melhor o que nos propomos investigar. És de opinião que seja próprio do filósofo esforçar-se para a aquisição dos pretensos prazeres, tal como comer e beber?De forma alguma, Sócrates, replicou Símias.E como relação aos prazeres do amor?A mesma coisa.E os demais prazeres, que entendem com os cuidados do corpo? És de parecer que lhes atribua algum valor? A posse de roupas vistosas, ou de calçados e toda a sorte de ornamentos do corpo, que tal achas? Eles os aprecia ou os despreza no que não for de estrita necessidade?Eu, pelo menos, respondeu, sou de parecer que o verdadeiro filósofo os despreza.Sendo assim, continuou, não achas que, de modo geral, as preocupações dessa pessoa, não visam ao corpo, porém tendem, na medida do possível, a afastar-se dele para aproximar-se da alma?É também o que eu penso.Nisto, por conseguinte, antes de mais nada, é que o filósofo se diferencia dos demais homens: no empenho de retirar quanto possível a alma na companhia do corpo.Evidentemente.

    É por isso, meus caros Símias e Cebete, que os verdadeiros filósofos se acautelam contra os apetites do corpo, resistem-lhes e não se deixam dominar por eles; não têm medo da pobreza nem da ruína de sua própria casa, como a maioria dos homens, amigos das riquezas, nem temem afalta de honrarias e a vida inglória, como se dá com os amantes do poder e das distinções.

    Como é extraordinário, senhores, o que os homens denominam prazer, e como se associa admiravelmente com o sofrimento, que passa, aliás, por ser o seu contrário. Não gostam de ficar juntos no homem; mal alguém persegue e alcança um deles, de regra é obrigado a apanhar o outro, como se ambos, com serem dois, estivessem ligados pela cabeça.

    Porque os prazeres e os sofrimentos são como que dotados de um cravo com o qual transfixam a alma e a prendem ao corpo, deixando-a corpórea e levando-o a acreditar que tudo o que o corpo diz é verdadeiro.

    muito embora seja o homem mais difícil de aceitar a opinião dos outros.

    não se deve fugir do bem, mas ficar junto dele o maior tempo possível. Foge por carecer de senso. 0 indivíduo inteligente, pelo contrário, só deseja continuar junto de quem lhe seja superior.

    Embora os homens não o percebam, é possível que todos os que se dedicam verdadeiramente à Filosofia, a nada mais aspirem do que a morrer e estarem mortos. Sendo isso um fato, seria absurdo, não fazendo outra coisa o filósofo toda a vida, ao chegar esse momento, insurgir-se contra o que ele mesmo pedira com tal empenho e em pós do que sempre se afanara.

    Aquilo dos mistérios, de que nós, homens, nos encontramos numa espécie de cárcere que nos é vedado abrir para escapar, afigura- me de peso e anda fácil de entender.

    Desse modo, ficamos também de acordo que tanto os vivos provêm dos mortos como os mortos dos vivos. Sendo assim, quer parecer-me que apresentamos um argumento bastante forte para afirmar que as almas dos mortos terão necessariamente de estar em alguma parte, de onde voltam a viver.

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