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    Guia politicamente incorreto da economia brasileira

    Por Leandro Narloch
    Existem 14 citações disponíveis para Guia politicamente incorreto da economia brasileira

    Sobre

    Se amanhã você acordar com a estranha decisão de prejudicar os trabalhadores brasileiros, espalhar a miséria e a corrupção e aproximar o país do Apocalipse, saiba que assim estará lado a lado com diversas das leis e medidas econômicas que o governo pratica todos os dias – e que têm como apoiadores ativistas corretos e políticos bem-intencionados. O bom mocinho é o maior vilão da economia brasileira. Foi com a intenção de desmascará-lo que nasceu este livro – um guia contra as vacas sagradas do discurso econômico politicamente correto. Ao revelar os clichês econômicos repetidos diariamente por quem se considera herói contra a opressão, a desigualdade de renda e a insegurança da indústria nacional, Leandro Narloch mostra que é justamente por meio desses argumentos enganosos que perpetuamos o freio do desenvolvimento e do enriquecimento da população. Sobre o autor Leandro Narloch foi repórter da revista Veja e editor de Superinteressante e Aventuras na História. É autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil e coautor do Guia Politicamente Incorreto da América Latina.
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    Citações de Guia politicamente incorreto da economia brasileira

    Adam Smith mostrou que o lucro operava uma mágica. Buscando realizar os próprios interesses, as pessoas eram “levadas por uma mão invisível” a servir o interesse público.

    Não foi o Estado de bem-estar social quem possibilitou a igualdade na Dinamarca, mas o contrário: a semelhança entre os cidadãos escandinavos possibilitou o Estado de bem-estar social.

    obra de caridade na história do mundo combateu a fome com tanta eficácia quanto a vontade de lucrar.

    fato de um indivíduo ter ganhado um bom dinheiro com um negócio honesto é a prova de que ele resolveu problemas, atendeu a necessidades, realizou desejos, enfim, melhorou a vida de muita gente ao mesmo tempo. O

    Mais que por benevolência ou amor ao próximo, as pessoas cooperam entre si porque podem obter recompensas e vantagens com isso.

    ainda sobraria um troco de 50 bilhões de reais. Para alívio de quem tem conta de FGTS, em 2015 o Congresso aprovou um reajuste maior, mas só para novos depósitos. Eles serão reajustados conforme a poupança – que muitas vezes paga menos que a inflação. Alguém poderia argumentar que não é o trabalhador quem paga o FGTS, e sim o patrão. Mas um princípio básico da economia é que o ônus de impostos e taxas é compartilhado tanto por compradores quanto por vendedores de um bem. Também é assim com salários. Se a mão de obra encarece, os empregadores contratam menos pessoas. Com a menor demanda, os trabalhadores têm menos opções, e precisam aceitar salários menores. Ou seja: o funcionário ganha um pouco menos, o patrão paga um pouco mais. Os dois perdem. Em 2013, muita gente comemorou a aprovação da lei que dava às empregadas domésticas o “direito de contribuir” para o FGTS. Desde quando isso é uma boa notícia? É como festejar o fato de ser obrigado a passar todos os domingos do ano assistindo ao Faustão.

    vinculada ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço ( FGTS). Desde 1999, o FGTS é reajustado pela fórmula “3% mais zero”. Quer dizer, 3% mais a Taxa Referencial (TR). Como o governo pode reduzir a TR como bem entender, ela costuma ficar perto de zero – foi de 0,19% em 2013 e 0,86% em 2014. Impossível pensar numa forma melhor de esculhambar a economia dos pobres. O fundo rende menos que um título público, menos que a poupança, e até mesmo menos que a inflação. Se uma pessoa investisse mil reais no FGTS em 1999, teria 1.340,47 reais em 2014. O problema é que, por causa da inflação, o poder de compra de mil reais em 1999 equivale ao de 2.586,44 reais quinze anos depois. Ao ser obrigado a investir no FGTS nesse período, o cidadão perdeu 88% do poder de compra. Há nos tribunais brasileiros quase 40 mil ações exigindo uma correção decente que pelo menos cubra a inflação, além de uma compensação por perdas. O Instituto Fundo Devido ao Trabalhador calcula que, só em 2014, a diferença entre a correção do governo e a correção justa, pela inflação, foi de 35 bilhões de reais. É bem mais que o Bolsa Família daquele ano. No acumulado desde 1999, a diferença chega a 254 bilhões de reais, segundo o instituto. Duzentos bilhões de reais equivalem, enquanto escrevo este livro, a mais que o valor de mercado da Petrobras. Eis a conclusão aterradora. Desde 1999, o governo tirou, via FGTS, uma Petrobras inteira dos trabalhadores brasileiros. E

    Um presidente decide enfrentar a inflação e a crise das contas públicas. Para isso corta gastos, aumenta impostos e renegocia a dívida externa. O sucessor mantém as reformas, dando início a uma estabilidade que atrai empresas e investidores. Surge outra boa notícia – a alta do preço das matérias-primas que o país exporta – e os brasileiros vivem alguns anos de prosperidade, inflação baixa e Nutella no café da manhã. Mas então acontece uma reviravolta. Um terceiro presidente toma posse. Ele abandona as reformas em nome do crescimento, volta a descuidar da inflação e dos gastos do governo. Empurra o país de volta para a crise. O enredo acima aconteceu entre 1995 e 2015, durante os governos Fernando Henrique, Lula e Dilma. Mas também vale, com pequenos ajustes (e sem a Nutella), para a ditadura militar, entre 1964 e 1985. Ou então para o período entre os presidentes Campos Salles, Rodrigues Alves e Afonso Pena, entre 1898 e 1909. Não é verdade que a história recente da economia brasileira nunca antes foi vista neste país. Ela é a terceira ou quarta refilmagem de um roteiro conhecido.

    Imagine uma pessoa que quebra as suas pernas e logo depois dá a você um par de muletas, dizendo “veja, se não fosse por mim, você não seria capaz de andar”.35 É mais ou menos assim a ação do Estado brasileiro na pobreza e na desigualdade. Ele concede privilégios a grandes empresários, mantém aposentadorias milionárias, torna os produtos do supermercado mais caros para os pobres e obriga todo trabalhador a investir numa conta que reajusta menos que a inflação. Depois, como se nada tivesse acontecido, se diz muito preocupado com os pobres, e anuncia um programa de transferência de renda para reduzir a miséria e a desigualdade que ele próprio criou.

    Aproximarei o Brasil do Apocalipse! (Segue-se

    Durante as investigações da Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, contou ter dado 500 mil reais para a Força Sindical, com o objetivo de evitar greves em sua empresa. Isso quando o sindicato existe, pois há no país centenas de instituições-fantasmas, nada mais que um CNPJ e uma sede de fachada, criadas para receber o dinheiro da contribuição obrigatória. Há no país 4 mil investigações abertas sobre corrupção nos sindicatos. Escândalos de dirigentes embolsando o dinheiro dos trabalhadores aparecem todo mês no noticiário. O mais recente, revelado pelo Fantástico, é o Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro. A entidade teve o mesmo presidente por 40 anos – quando ele morreu, o controle passou para o filho. Quinze pessoas da mesma família eram funcionários-fantasmas, com salários de 10 mil a 60 mil reais. Segundo a justiça, a família chegou a desviar 100 milhões de reais.89

    O Encilhamento era o BNDES do fim do século 19. Para aumentar o crédito na praça e fazer a economia pegar no tranco, o Ministério da Fazenda, encabeçado por Rui Barbosa, emprestava dinheiro sem juros para os bancos, que se comprometiam a emprestar o dobro do valor a juros de 6% ao ano. Na prática, o governo autorizou os bancos a criar moeda e emprestar sem se preocupar com as condições de pagamento dos devedores. Essa atitude criou uma bolha especulativa e uma desordem nas contas. Entre 1892 e 1898, os gastos do governo aumentaram 176%.137 Rui Barbosa foi o Guido Mantega do fim do século XIX. Sessenta anos

    Imagine que colocamos Homer Simpson no cargo de presidente do Brasil e dizemos a ele: “Caro presidente Homer, agora você é dono da máquina de imprimir dinheiro. Só aperte o botar ‘ligar’ para repor cédulas velhas ou para acompanhar o crescimento da economia, ok?”. Basta sairmos do gabinete presidencial para Homer subir na mesa e pular de alegria: “Eu tenho uma máquina de dinheiro! Viva! Vou imprimir um pouquinho e comprar muitos donuts! Vou imprimir um pouco mais e construir no meio do Cerrado uma nova capital para o Brasil! Talvez distribuir por aí para as pessoas consumirem mais!”.

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