Definido como

Teatro

O céu e a terra encerram mais mysterios, que os conhecidos pelos philosophos;

Ouve a todos, mas sê avaro de palavras; escuta o conselho que te derem, forma depois o teu juizo.

Guarda para ti o pensamento, e não dês execução apressadamente aos teus projectos; medita-os maduramente.

Ser ou não ser, eis o problema. Uma alma valorosa, deve ella supportar os golpes pungentes da fortuna adversa, ou armar-se contra um diluvio de dores, ou pôr-lhes fim, combatendo-as?

Sabes bem que é um destino invariavel; tudo quanto vive ha de morrer, e este mundo é uma ponte para a eternidade.

A prova está no que acabâmos

São justamente esses sonhos que constituem a ambição, porque toda a substancia do ambicioso é a sombra de um sonho. HAMLET

Mas sobre tudo sê verdadeiro para a tua consciencia, e assim como a noite se segue ao dia, seguir-se-ha tambem, que o teu coração jamais abrigará falsidade. Adeus,

Que te darão, é isso, e não deixarão de responder: Conheço esse mancebo, vi-o ainda hontem, ou outro qualquer dia, em tal epocha, com estes ou com aquelles, surprehendi-o jogando, ou n’uma orgia ou numa rixa, ou ainda, vi-o entrar n’uma casa suspeita; ou outras cousas similhantes: agora vês como com a mentira se colhe a verdade. É assim que nós, as pessoas entendidas, empregâmos a miudo o embuste e a falsidade para descobrir a verdade. Ahi está o caminho que seguirás para saber o comportamento de meu filho. Percebes

Guarda para ti o pensamento, e não dês execução apressadamente aos teus projectos; medita-os maduramente. Sê lhano sem te esqueceres de quem és. Quando

Mais lhe valeria, Polonio, um mau epitaphio depois da sua morte, do que o seu vituperio em vida.

por isso, visto que a concisão é a alma do espirito, emquanto que a prolixidade é só o corpo ou o involucro exterior, serei

Ser ou não ser, eis o problema. Uma alma valorosa, deve ella supportar os golpes pungentes da fortuna adversa, ou armar-se contra um diluvio de dores, ou pôr-lhes fim, combatendo-as? Morrer, dormir, mais nada, e dizer que por esse somno pomos termo aos soffrimentos do coração e ás mil dores legadas pela natureza á nossa carne mortal; e será esse o resultado que mais devamos ambicionar? Morrer, dormir, dormir, sonhar talvez; terrivel perplexidade. Sabemos nós porventura que sonhos teremos, com o somno da morte, depois de expulsarmos de nós uma existencia agitada? E não deverei eu reflectir? É este pensamento que torna tão longa a vida do infeliz! Quem ousaria supportar os flagellos e ultrages do mundo, as injurias do oppressor, as affrontas do orgulhoso, as ancias de um amor desprezado, as lentezas da lei, a insolencia dos imperantes, e o desprezo que o ignorante inflige ao merito paciente, quando basta a ponta de um punhal para alcançar o descanso eterno? Quem