Inspirado em fatos reais, romance de Katherine Howe mistura drama adolescente ao julgamento das bruxas de Salem, no século XVII
Uma misteriosa epidemia afeta as alunas do Ensino Médio na cidade de Danvers, Massachusetts. Subitamente, meninas à espera do resultado das universidades apresentam sintomas estranhos – convulsões, crises de tosse e queda de cabelo –, o que espalha pânico e dá início a especulações na comunidade da St. Joan Academy. Reação alérgica à vacina contra HPV, poluição ambiental, estresse coletivo... Ou elas estariam apenas fingindo?
É quando uma das estudantes percebe semelhanças entre o que vem acontecendo com suas amigas e um evento que ocorreu há mais de três séculos: o julgamento das Bruxas de Salem, episódio no qual 20 pessoas foram condenadas à morte por praticar feitiçaria. Fazendo uma atividade complementar, a aluna-modelo Colleen Rowley precisa ler os relatos da época e começa a notar que talvez exista mais por trás da doença misteriosa que aflige suas colegas.
Katherine Howe se inspirou no episódio real que aconteceu em 2012 em Le Roy, em Nova York, quando meninas do Ensino Médio começaram a ter contorções e distúrbios de fala inexplicáveis. Na época, a autora trabalhava a peça As bruxas de Salem, de Arthur Miller, na faculdade em que lecionava. As semelhanças entre os dois casos fizeram com que Howe intercalasse capítulos narrados por Colleen, em 2012, e Ann, uma das garotas suspeitas de estar envolvidas com feitiçaria, em 1706.
Com doses de suspense, história e inquietação adolescente, a autora constrói uma trama que cativa o leitor, criando uma atmosfera tensa e misteriosa. Ao mesmo tempo, Howe retrata com fidelidade o clima de extrema competitividade acadêmica e mostra como o sentimento de impotência pode se revelar de maneiras misteriosas.