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    História do cerco de Lisboa

    Por José Saramago
    Existem 13 citações disponíveis para História do cerco de Lisboa

    Sobre

    Um ato gratuito, sem explicações aparentes, compele o revisor Raimundo Silva a inserir um termo que falsifica a ?verdade? histórica. Essa fraude que se impõe àquele fiel respeitador de textos alheios é a origem da fascinante fabulação que Saramago sobrepõe à história do cerco de Lisboa.

    A nova história do cerco é a crônica do amor tardio do revisor falsário por Mara Sara, que se espelha, oito séculos depois, no amor primevo do soldado Mogeuime por Ouroana, aos pés da cidade prestes a cair. Assim, a Lisboa de Saramago também se refaz nas ruas da cidadela moura e no arraial português, e o que surge desse amálgama é a um só tempo um thriller e um retrato histórico, como só a mais acabada literatura é capaz de fazer.

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    Citações de História do cerco de Lisboa

    Certas relações harmoniosas criam-se e duram graças a um sistema complexo de pequenas inverdades,

    tudo quanto não for vida, é literatura, A história também, A história sobretudo, sem querer ofender,

    É bem verdade que na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se aproveita.

    Entre o martelo e a bigorna somos um ferro em brasa que de tanto lhe baterem se apaga.

    os lugares-comuns, as frases feitas, os bordões, os narizes-de-cera, as sentenças de almanaque, os rifões e provérbios, tudo pode aparecer como novidade, a questão está só em saber manejar adequadamente as palavras que estejam antes e depois,

    Ora, a pintura não é mais do que literatura feita com pincéis,

    A idade traz-nos uma coisa boa que é uma coisa má, acalma-nos, e as tentações, mesmo quando são imperiosas, tornam-se menos urgentes,

    A cerca continuava por estas bandas, em ângulo obtuso, muito aberto, direita à muralha da alcáçova, assim ficando rematada a cintura da cidade, desde o rente das águas, em baixo, até aos nós de encontro no castelejo, cabeça alta e robustos encaixes, braços arqueados, dedos entrelaçados, firmes, como de mulher sustendo o ventre grávido.

    quando chegar ao fim do meu passeio saberei mais, mas também é certo que saberei menos, precisamente por mais saber, por outras palavras, a ver se me explico, a consciência de saber mais conduz-me à consciência de saber pouco, aliás, apetece perguntar, que é saber,

    menos dificultoso conceber, criar, construir e manipular um cérebro electrónico do que encontrar no nosso próprio a simples maneira de ser feliz.

    A senhora Maria é baixa, magra, morena até parecer escura, e tem uns cabelos naturalmente crespos que são a sua vaidade, nem poderia ter outra, pois de beleza nasceu mal servida.

    Alegam esses, e não há que negar-lhes razão, que desde que o mundo é mundo, posto ignoremos quando ele começou, nunca se viu um efeito que não tivesse sua causa e que toda a causa, seja por predestinação ou simples acção mecânica, ocasionou e ocasionará efeitos, os quais, ponto importante, se produzem instantaneamente, ainda que o trânsito da causa ao efeito tenha escapado à percepção do observador ou só muito tempo depois venha a ser aproximadamente reconstituído.

    Enfim, viver não é apenas difícil, é quase impossível, mormente naqueles casos em que, não estando a causa à vista, nos esteja interpelando o efeito, se ainda esse nome lhe basta, reclamando que o expliquemos em seus fundamentos e origens, e também como causa que por sua vez já começou a ser, porquanto, como ninguém ignora, em toda esta contradança, a nós é que compete encontrar sentidos e definições, quando o que nos apeteceria seria fechar sossegadamente os olhos e deixar correr um mundo que muito mais nos vem governando do que se deixa, ele, governar.

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