ENFIM, A SÓS
De A a Z, homens de todos os tipos. Para todos os gostos. Reunidos em um mesmo livro. Escrito por uma mulher que sabe o que quer. Solta o verbo na medida. Certa e concisa.
Sylvia Loeb é minha amiga. Ainda bem. Explico: a agudeza com que ela mergulha no universo masculino. Na alma do macho ferido. Do macho amado. Machucado. Uma galeria viril de personagens líricos.
Sim, não é uma reunião de contos raivosos. Vingativos. É um novo olhar lançado. Com precisão e delicadeza. Inclusive ao próprio universo feminino. Sem ser – longe de ser – prosa de “mulherzinha”, aviso. E digo: é literatura das boas. Essa que vai nos levando por outros caminhos. Inaugurando, a cada frase, outros sentidos.
Lê-se rapidinho. De Adão a Zenon é um salto. Às vezes mortal, às vezes apenas um salto. De carinho. É um livro afetivo, creio. Um testamento para todos os sexos.
Lembra-me, de alguma forma, escritoras como Ivana Arruda Leite,
que escreveu Falo de Mulher. Ou até as Mulheres geradas por Eduardo Galeano. Sylvia, nesta sua mais que bem-vinda criação, filia-se a esses dois autores, digamos, no que há de melhor neles: pensamento, provocação, evocação.
E sensibilidade à pele, ao toque, ao desmanche.
Livro para deixar qualquer leitor nu. Explico: a cada uma das mininarrativas, foi esta a sensação que eu tive durante a leitura. A de que a autora, misteriosamente, e com que requinte, veio e
tirou, sem medo, a roupa de todos nós.
Homens, humanos, enfim, a sós.
Marcelino Freire
Homens
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