Interpretação e manejo na clínica winnicottiana
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quando o paciente é psicótico ou está elaborando um aspecto psicótico de sua personalidade, de resto sadia, e, sobretudo, quando regride à dependência, o que ele necessita não é de interpretações, no sentido tradicional.
Em Winnicott, a interpretação versa, sobretudo, sobre o viver e o não viver, sobre sentir-se, ou não, vivo; sentir-se, ou não, real; sobre as experiências, os acontecimentos e os não acontecimentos da vida, sobre as relações ou a incapacidade de relacionar-se; sobre o medo, as situações em que o medo domina, sobre a natureza das necessidades profundas, que ficaram encobertas por sistemas defensivos; sobre impedimentos e aprisionamentos, sobre ter ou não memórias que perfaçam uma história, sobre a história ou a ausência de história das relações.
O que o paciente psicótico necessita para poder regredir à dependência – que é, não esqueçamos, uma dupla dependência – não é de interpretações, mas de um lugar protegido, um mundo-ambiente, onde ele possa, no seu tempo próprio, começar a ser.
O paciente neurótico não necessita do grau estrito de adaptação, regularidade e previsibilidade que é exigido no tratamento das patologias psicóticas, mesmo porque, se o indivíduo é simplesmente neurótico, isso deve significar que um certo grau de confiança foi primitivamente instaurado e incorporado.
No caso dos pacientes que regridem à dependência, contudo, a sustentação e o manejo não só são mais importantes do que a interpretação como, no mais das vezes, apenas o manejo é tolerável, pois é preciso cuidar de não invadir e de não apressar o paciente e, além disso, a confiabilidade deve ser silenciosamente construída, sem