Trabalhos de Hipócrates, Plínio, Galeno e outros chamavam a atenção para a importância do ambiente, da sazonalidade, do tipo de trabalho e da posição social como fatores determinantes na produção de doenças. Com a realidade social de tais épocas, em que nações escravizavam outras nações subjugadas em guerra, esses relatos dificilmente teriam o cunho de denúncia social. De Re Metallica, obra de Georg Bauer (Georgius Agricola) de 1556, faz referência a doenças pulmonares em mineiros, com descrição interessante de sintomas que hoje atribuímos à silicose, e que Agrícola denominou asma dos mineiros. Já Paracelso, em l567, descreve também doenças de mineiros da região da Boêmia e a intoxicação pelo mercúrio. E em 1700, surge a extraordinária obra de Bernardino Ramazzini, médico que atuava na região de Modena na Itália, e, com uma visão clínica impressionante para aquela época onde não existiam recursos propedêuticos maiores descrevem doenças que ocorriam em mais de cinquenta profissões. Em seu livro De Morbis
Artificum Diatriba pode-se encontrar, além da agudeza das observações,
uma sutil crítica de costumes. Em função da importância de seu trabalho,
recebeu da posteridade o título de pai da Medicina do Trabalho. Ramazzini, antecipando alguns conceitos básicos da Medicina Social, enfatizou a importância do estudo das relações entre o estado de saúde de uma determinada população e suas condições de vida, que estavam, segundo ele, na dependência da situação social (ROSEN, 1994).
Intoxicações relacionadas ao trabalho Volume I (Coleção saúde do trabalhador Livro 1)
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