Na literatura oral e tradicional portuguesa, as cantigas narrativas são um género relativamente recente de vasta circulação, rico em quantidade e em propostas de análise. Escasseiam os estudos, mas dispomos de um grande número de versões desta poesia narrativo-dramática, destacando-se os acervos editados por Manuel da Costa Fontes, Maria Aliete Dores Galhoz e Maria da Ascensão Gonçalves Carvalho Rodrigues. Proveitosa tem sido também a nossa recolha de campo em Baião (concelho do distrito do Porto), como já mostrámos, em 2003, no Cancioneiro Narrativo de Baião (2.ª ed. revista, 2011).
Os textos mais antigos, que remontam aos finais do século XVIII, inícios do século XIX, resultam de composições cuja matriz é, sem dúvida, a do Romantismo. De origem romântica ou post-romântica culta comprovada, em que entram nomes como Soares de Passos, Alexandre Herculano, Luís Augusto Palmeirim, Antero de Quental, Júlio Dinis e João de Deus, são as cantigas narrativas A Órfã, Num Povo d?além da Serra, A Cabreira, A Noiva do Rei de Inglaterra, A Orfãzinha, ?Jesus? Pobrezinho e Afonso e Angelina .
As cantigas narrativas, outrora difundidas por cantores populares e cegos pedintes, geradas umas em centros urbanos, outras em zonas rurais, são um género oral ainda relativamente vivo.
Fixadas em manuscritos, em manuais escolares ou impressos de uso popular compostos para acomodar e divulgar este género literário, por vezes descendentes de obras literárias consagradas, as cantigas narrativas transmitem-se sobretudo através da memória colectiva (memória formada pelo conjunto das inúmeras memórias individuais), nas comunidades ibéricas, no Brasil, na América Latina e em comunidades dos Estados Unidos e do Canadá resultantes da emigração peninsular.
Neste livro, que inclui uma colectânea de cantigas narrativas, muitas das quais recolhidas no terreno pelo autor, desenvolve-se uma análise das formas e dos conteúdos deste género.
Os textos mais antigos, que remontam aos finais do século XVIII, inícios do século XIX, resultam de composições cuja matriz é, sem dúvida, a do Romantismo. De origem romântica ou post-romântica culta comprovada, em que entram nomes como Soares de Passos, Alexandre Herculano, Luís Augusto Palmeirim, Antero de Quental, Júlio Dinis e João de Deus, são as cantigas narrativas A Órfã, Num Povo d?além da Serra, A Cabreira, A Noiva do Rei de Inglaterra, A Orfãzinha, ?Jesus? Pobrezinho e Afonso e Angelina .
As cantigas narrativas, outrora difundidas por cantores populares e cegos pedintes, geradas umas em centros urbanos, outras em zonas rurais, são um género oral ainda relativamente vivo.
Fixadas em manuscritos, em manuais escolares ou impressos de uso popular compostos para acomodar e divulgar este género literário, por vezes descendentes de obras literárias consagradas, as cantigas narrativas transmitem-se sobretudo através da memória colectiva (memória formada pelo conjunto das inúmeras memórias individuais), nas comunidades ibéricas, no Brasil, na América Latina e em comunidades dos Estados Unidos e do Canadá resultantes da emigração peninsular.
Neste livro, que inclui uma colectânea de cantigas narrativas, muitas das quais recolhidas no terreno pelo autor, desenvolve-se uma análise das formas e dos conteúdos deste género.
