Irrecuperável

Irrecuperável, o próprio autor admite: ?Era para ser um roteiro cinematográfico?. E se você imagina que isso seja um demérito, muito se engana.É exatamente o ritmo dinâmico e imagético que define o livro de Paulo Rossi Júnior, criando uma trama de mistério e suspense numa obra que vai capturar você, do começo ao fim.O que é irrecuperável para você? O tempo passado ou o tempo perdido? O dinheiro gasto ou o dinheiro não ganho? Amores consumados ou aqueles que nos consomem? Ou quem sabe, alguém possa ser irrecuperável...Se formos pensar no termo, poderíamos dizer que quando alguém morre, ou nos abandona, é irrecuperável, mas quando alguém simplesmente está à parte da sociedade, seja por condições físicas e psíquicas, seja por escolha, esse alguém também não é irrecuperável?Arquitetando um jogo de histórias que se sobrepõem até formarem um mosaico, o autor nos apresenta diversas situações em que poderíamos utilizar a palavra Irrecuperável. Mas não espere um livro desconexo, de contos aleatórios que se seguem, uns aos outros.Paulo Rossi Júnior nos apresenta um enredo muito bem trabalhado, bem dosado, com personagens multifacetados e prestes a surpreender o leitor, que se verá envolvido em uma história onde a ganância e o desejo pelo poder poderá explicar atos injustificáveis, assim como provará que de onde menos esperamos, podemos receber a ajuda necessária.Guilherme, Maria Eduarda, Álvaro e Henrique são ligados por laços familiares nessa história, onde Álvaro, um empresário milionário, é pai de Maria Eduarda, garota com sérios transtornos psicológicos devido a um trauma de infância, e Guilherme, jovem empreendedor, que vive assumidamente uma relação marital com Henrique.Entre choques geracionais, surpresas e segredos, Irrecuperável se desenvolve sem que o leitor sinta o tempo passar.