Labsyntho
Esse pequeno romance é um dos livros mais emblemáticos que JH Henriques escreveu ao longo de seus quase 300 livros. Trata do inconformismo social e das relações humanas deturpadas por uma sociedade violentada em seus princípios mais básicos. Todas as personagens são quimeras, são aberrações do sistema vigente. Livro fácil de ser lido porque elabora uma linguagem sofisticada e atraente – a um só termo da questão literária. Um fragmento do texto: Azgin chegou em casa com um cansaço discreto dentro dos olhos. Uma irritação permanente com coisa que não sabia o que era, qual fosse mesmo o desejo de comer nabos bravos e nem se importar se aquilo era alimento de cavalo ou de anta. Não podia delimitar o que a irritava. Casa miúda, quase que uma quitinete de bons ares, porém, em louças de chão e metais simplórios de armários e portas, estava feliz com as maneiras de ser daquele mundo iconoclasta que encontrava fora de todos os seus domínios e leis; apercebia-se das coisas e delas tirava seu proveito segundo mesmo fosse a intenção de cada dia e cada eventualidade sofrida. Só não sabia o que a irritava daquela maneira assim sofrida, cheia de percursos e percalços, uma forma de sentimento que era mesmo impossível de achar nome porque sem nome, piorava o caso de definição ou fonte. Azgin ligou o som do aparelho à mão e tentou alisar os cabelos, da forma que faria uma mulher quando quer espairecer dentro da própria flutuação do gênero. Ser feminina até onde a questão pode ser alevantada e comentada com os subúrbios da intimidade. Assim faria uma mulher qualquer que chegasse em casa às sete horas da noite e com uma sensação de pés pesados. O que faria, escutaria a canção e depois se disporia a outros arremedos de mundo. Aquele era o ano de 2020. Os tempos modernos e suas asas, suas ameias, suas liquefações, seus meteoritos, seus hologramas e sua grandeza especulativa em todos os sentidos possíveis. Uma mulher precisar cuidar de si, ser independente e soberba, tudo isso sem desperdiçar conceitos, que esses, acabam sempre desvirtuando suas crenças mais profundas. Sendo assim, o tempo ajuda muito a espairecer os nervos.
A sua vida inteira se baseava num balanço sucinto entre presente e passado. Sem esse balanço, não poderia jamais delimitar qualquer sensação que lhe pesasse sobre os ombros em torno das pestanas. Por isso, tinha em alta conta todos os fenômenos que a colocaram no lugar onde estava. Seus olhos sempre sofriam de uma generosa risada quando se pressupunha.
Esse pequeno romance é um dos livros mais emblemáticos que JH Henriques escreveu ao longo de seus quase 300 livros. Trata do inconformismo social e das relações humanas deturpadas por uma sociedade violentada em seus princípios mais básicos. Todas as personagens são quimeras, são aberrações do sistema vigente. Livro fácil de ser lido porque elabora uma linguagem sofisticada e atraente – a um só termo da questão literária. Um fragmento do texto: Azgin chegou em casa com um cansaço discreto dentro dos olhos. Uma irritação permanente com coisa que não sabia o que era, qual fosse mesmo o desejo de comer nabos bravos e nem se importar se aquilo era alimento de cavalo ou de anta. Não podia delimitar o que a irritava. Casa miúda, quase que uma quitinete de bons ares, porém, em louças de chão e metais simplórios de armários e portas, estava feliz com as maneiras de ser daquele mundo iconoclasta que encontrava fora de todos os seus domínios e leis; apercebia-se das coisas e delas tirava seu proveito segundo mesmo fosse a intenção de cada dia e cada eventualidade sofrida. Só não sabia o que a irritava daquela maneira assim sofrida, cheia de percursos e percalços, uma forma de sentimento que era mesmo impossível de achar nome porque sem nome, piorava o caso de definição ou fonte. Azgin ligou o som do aparelho à mão e tentou alisar os cabelos, da forma que faria uma mulher quando quer espairecer dentro da própria flutuação do gênero. Ser feminina até onde a questão pode ser alevantada e comentada com os subúrbios da intimidade. Assim faria uma mulher qualquer que chegasse em casa às sete horas da noite e com uma sensação de pés pesados. O que faria, escutaria a canção e depois se disporia a outros arremedos de mundo. Aquele era o ano de 2020. Os tempos modernos e suas asas, suas ameias, suas liquefações, seus meteoritos, seus hologramas e sua grandeza especulativa em todos os sentidos possíveis. Uma mulher precisar cuidar de si, ser independente e soberba, tudo isso sem desperdiçar conceitos, que esses, acabam sempre desvirtuando suas crenças mais profundas. Sendo assim, o tempo ajuda muito a espairecer os nervos.
A sua vida inteira se baseava num balanço sucinto entre presente e passado. Sem esse balanço, não poderia jamais delimitar qualquer sensação que lhe pesasse sobre os ombros em torno das pestanas. Por isso, tinha em alta conta todos os fenômenos que a colocaram no lugar onde estava. Seus olhos sempre sofriam de uma generosa risada quando se pressupunha.