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    Lima Barreto Completo II: Contos Completos. “O homem que sabia javanês” e mais 105 histórias (Edição Definitiva)

    Por Lima Barreto
    Existem 3 citações disponíveis para Lima Barreto Completo II: Contos Completos. “O homem que sabia javanês” e mais 105 histórias (Edição Definitiva)

    Sobre

    No segundo volume das obras completas de Lima Barreto o leitor encontrará reunidos todos os 106 contos do autor de ?Triste fim de Policarpo Quaresma?, revisados de acordo com o novo acordo ortográfico e organizados com índice ativo (e NCX).

    São contos que fizeram parte de ?Histórias e Sonhos?, obra publicada originalmente em 1920, e também os que foram adicionadas a essa coletânea em sua reedição de 1951. O volume traz ainda os contos publicados em 1915 como apêndice de ?Triste fim de Policarpo Quaresma?, inclusive ?O homem que sabia javanês? e ?A nova Califórnia?, e também as histórias incluídas na 4ª edição de ?Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá?, publicada em 1949.

    Confira também os outros volumes da série ?Lima Barreto Completo?:

    - Lima Barreto Completo I: Sátiras e Romances Completo
    - Lima Barreto Completo II: Contos Completos (106 contos e histórias)
    - Lima Barreto Completo III: Crônicas e outros textos (inclui ?O subterrâneo do morro do Castelo?, ?Diário Íntimo?, ?Marginália?, ?Vida Urbana? e ?Bagatelas?)
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    Citações de Lima Barreto Completo II: Contos Completos. “O homem que sabia javanês” e mais 105 histórias (Edição Definitiva)

    Quem fez nas primeiras idades uma representação da vida cheia de justiça, de respeito religioso pelos direitos dos outros, de deveres morais, de supremacia do saber, de independência de pensar e agir — tudo isto de acordo com as lições dos mestres e dos livros; e choca-se com a brutalidade

    do nosso viver atual, não pode deixar de sofrer até o mais profundo do seu ser e ficar abalado com esse traumatismo para toda a vida, desconjuntado, desarticulado, vivendo aos trombolhões, sem norte, sem rumo e sem esperança.

    Conheço em Anchieta, subúrbio longínquo desta cidade, um grande músico. Chama-se Felismino Xubregas e nasceu no Maranhão. Sentou praça no Pará, foi metido na banda de música do batalhão; e, vendo o respectivo comandante que ele tinha grande vocação para a “Arte”, arranjou-lhe a transferência para o Rio de Janeiro. Isto foi em 1887. Aqui chegado, o nosso pistom, pois era esse o instrumento que ele tocava, captou a simpatia do atual marechal Faria, então simples comandante de esquadrão, que sempre gostou de música e de músicos. O então capitão Faria conseguiu que ele frequentasse as aulas do Conservatório de Música, para aperfeiçoar os seus estudos. Em boa hora isso fez, porque Xubregas estudou a valer e acabou sabendo música a fundo. Acabado o seu tempo de serviço militar, não quis reengajar-se e deu baixa. Andou por aí em “tocatas”, nas quais mal ganhava para comer. Deu em escrever valsas e polcas; mas, mesmo assim, não obtinha o dinheiro necessário para viver. A vida, porém, e a sua continuidade têm tanto império sobre nós que Xubregas, apesar de tudo, casou-se e veio a ser pai de muitos filhos. Chefe de família, não podia continuar na música, que quase nada lhe dava. Que fez então? Procurou toda a espécie de empregos mais acessíveis. Foi lenhador em Costa Barros, caixeiro de botequim em Maxabomba, servente de pedreiro em Sapopemba; hoje, o seu ofício habitual é o de construtor de “fossas”, nas redondezas de Anchieta, onde reside. Há dias, indo até lá, encontrei-o e perguntei-lhe simplesmente: — Que há, Xubregas? Como vais? — Vou bem; mas ando aborrecido. — Por que, Xubregas? — É coisa da prefeitura. — Como? Estás metido na política do Brandão, do Pio ou do grande e inolvidável Nestor Areas Mackenzie? — Não, caro amigo. É questão do teatro. — Não atino. — Eu te explico. — Bem, vá lá! — Não está aí uma afamada orquestra vienense? — Está, sei bem; e trabalha no Municipal. — É verdade o que dizes; e eu, por ser “um do p

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