O Padre João Daniel, cronista da Companhia de Jesus, que viveu na Amazônia no período de 1741 a 1757, precisa mesmo ser recuperado, a partir da violência de seu degredo e prisão em Portugal, onde morreria, e do alcance de sua obra, pensamento e legado que nos atingem e informam sobre o presente e se projetam ainda ao futuro.
Muitos pesquisadores e historiadores têm se debruçado sobre ele, e, para isso, é fundamental a edição recente de Tesouro descoberto no máximo rio Amazonas, onde se pode acompanhar desde algumas singularidades a preciosos comentários.
À maneira de um antropólogo que foi, conseguiu expressar observações minuciosas e seus aturdimentos a respeito dos costumes da terra, da vida dos índios, das diversas maneiras de cultivo e comportamento. Tratou das plantas e preparos de cura, práticas da antropofagia e mecanismos de ocupação da terra e organização da economia. Diante do máximo rio, do mar doce, experimentaria o espanto e a opção pelo ingresso em territórios que lhe trouxeram descobertas importantes, a constituírem o maior tesouro de informações que se tem sobre o mundo amazônico no período colonial.
O tema do exílio ocupa um lugar tão forte na vida de hoje, em seus ritmos ingratos e indesejáveis, quando nos deparamos com pessoas desgarradas de seus territórios pelos mais diversos motivos. Nesse caso, e naquele tempo, a expulsão dos jesuítas, que mesmo em suas perplexidades, erros e acertos, desempenharam um papel unificador e firme na colônia que se conduzia.
O trabalho de Henryk Siewierski sobre o Padre João Daniel vai nos mostrar outros aspectos, como a dimensão poética e o olhar de descoberta que nos levam à história pelo poético. Geografia e forma, detalhe e amplitude. O padre e personagem que se fez ator e autor no mundo amazônico nos situa de modo a podermos entender conquistas e impasses de nossa própria construção social e cultural ao longo de séculos.
Por isso, esta sensível antologia nos conduz e aproxima de uma linguagem que busca expressar a grandeza dos espaços que se oferecem em trópicos sem limites, e o exercício da tirania implacável que levaria à prisão e à morte o observador privilegiado, o cronista que conseguiu nos deixar um tesouro incomparável.
Muitos pesquisadores e historiadores têm se debruçado sobre ele, e, para isso, é fundamental a edição recente de Tesouro descoberto no máximo rio Amazonas, onde se pode acompanhar desde algumas singularidades a preciosos comentários.
À maneira de um antropólogo que foi, conseguiu expressar observações minuciosas e seus aturdimentos a respeito dos costumes da terra, da vida dos índios, das diversas maneiras de cultivo e comportamento. Tratou das plantas e preparos de cura, práticas da antropofagia e mecanismos de ocupação da terra e organização da economia. Diante do máximo rio, do mar doce, experimentaria o espanto e a opção pelo ingresso em territórios que lhe trouxeram descobertas importantes, a constituírem o maior tesouro de informações que se tem sobre o mundo amazônico no período colonial.
O tema do exílio ocupa um lugar tão forte na vida de hoje, em seus ritmos ingratos e indesejáveis, quando nos deparamos com pessoas desgarradas de seus territórios pelos mais diversos motivos. Nesse caso, e naquele tempo, a expulsão dos jesuítas, que mesmo em suas perplexidades, erros e acertos, desempenharam um papel unificador e firme na colônia que se conduzia.
O trabalho de Henryk Siewierski sobre o Padre João Daniel vai nos mostrar outros aspectos, como a dimensão poética e o olhar de descoberta que nos levam à história pelo poético. Geografia e forma, detalhe e amplitude. O padre e personagem que se fez ator e autor no mundo amazônico nos situa de modo a podermos entender conquistas e impasses de nossa própria construção social e cultural ao longo de séculos.
Por isso, esta sensível antologia nos conduz e aproxima de uma linguagem que busca expressar a grandeza dos espaços que se oferecem em trópicos sem limites, e o exercício da tirania implacável que levaria à prisão e à morte o observador privilegiado, o cronista que conseguiu nos deixar um tesouro incomparável.