Aqui está o nono livro da sazonada escritora Joyce Cavalccante. É um livro de contos, o segundo no gênero. Mais uma vez, ela nos oferece um intrigante título: Longos Trechos de Dias Líquidos, prática que já passou a ser a sua marca pessoal. Esse, além de intrigante, é belo e cheio de significados: Longos trechos, porque são contos extensos, quase pequenas novelas. Dias líquidos, porque o pano de fundo escolhido para todas as situações é o Mar. O Mar também funciona como líquido amniótico, fluido que nos induz à vida. De vida e mar esse livro é feito. Além disso, ele é principal personagem desse circuito de histórias espantosas, fantásticas ou subfantásticas, porém, mais que tudo, humanas. A referência ao mar é constante, talvez para não deixar dúvidas sobre seu papel fundamental. E por ele ser o elemento catalisador das diversas narrativas ? o laço que amarra o ramalhete ? nos faz suspeitar de que esse não seja propriamente um livro de contos, mas, sim, um romance. Ou até um híbrido. Tratando de polêmicas, pode-se esperar tudo dessa autora. Em comum com o livro de contos anterior, o já clássico O Discurso da Mulher Absurda, esse também traz um forte componente erótico, ao lado de elegantes descrições dos rituais do desejo entre os pares. Se no anterior Joyce se propunha a atualizar o lírico acasalando amor e sexo no discurso feminino, nesse ela se propõe a demonstrar que as possibilidades dos prazeres sexuais são tão ilimitadas quanto o mar. Tão necessárias quanto o mar. Tão sagradas quanto o mar.
Longos trechos de dias líquidos
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