Luto e Melancolia
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No luto, o mundo se torna pobre e vazio; na melancolia, o próprio eu do sujeito sofre esse processo de empobrecimento, esvaziamento e aridez.
Na depressão contemporânea, de acordo com a denominação da autora, observa-se certo esvaziamento subjetivo e uma sensação de perda de sentido nas iniciativas comuns da vida.
A melancolia estaria referida, então, a uma perda de objeto que foi retirada da consciência. Não há clareza diante daquilo que se foi com o objeto perdido, mas, sem dúvida, a perda desconhecida ou não identificada resultará num trabalho interno de alguma forma semelhante ao luto.
O luto é o afeto que emerge quando perdemos alguém muito amado ou algo que nos é precioso.
A melancolia, de acordo com a proposta que estamos desenvolvendo, seria uma modalidade extrema de depressão. Descrita por Freud em 1915 (1917), início, portanto, do século XX, ou mesmo anteriormente esboçada no Rascunho G, aparece, nos dias de hoje, com características idênticas ou muito semelhantes. Podemos dizer que um melancólico do início do século XX está extremamente próximo de um melancólico do início do século XXI se nos preocuparmos com a análise estrita dos mecanismos psíquicos envolvidos no quadro clínico. A descrição de Freud se mostra, nesse sentido, insuperável, pela minúcia com que observa e descreve o funcionamento melancólico.
A melancolia é descrita por Freud como um quadro de suspensão do interesse pelo mundo externo, de acentuada diminuição da auto-estima, podendo até mesmo chegar a uma expectativa delirante de punição.