We love eBooks
    Baixar Madame Bovary pdf, epub, eBook
    Editora

    Madame Bovary

    Por Gustave Flaubert
    Existem 35 citações disponíveis para Madame Bovary

    Sobre

    Com NCX.

    A personalidade literária de Flaubert, dotada de um agudo senso crítico que o distanciou do exaltado gosto romântico da época, levou-o a tornar-se um dos maiores prosadores da França no século XIX. O romance "Madame Bovary", a sua obra-prima, levou cinco anos a escrever e deu origem a um processo judicial no qual o autor apenas conseguiu escapar à prisão graças à habilidade da defesa, que transformou a acusação de imoralidade na proclamação das intenções morais e religiosas do autor.

    No final deste livro, o leitor encontrará a transcrição desse processo movido contra Flaubert, que inclui as alegações da Acusação, as alegações da Defesa e a Sentença.
    Baixar eBook Link atualizado em 2017
    Talvez você seja redirecionado para outro site

    Definido como

    Listados nas coleções

    Citações de Madame Bovary

    Um homem, ao menos, é livre; pode percorrer as paixões e os países, saltar os obstáculos e provar as felicidades mais raras. Uma mulher anda continuamente rodeada de impedimentos. Inerte e ao mesmo tempo flexível, tem contra si as molezas da carne, juntamente com as dependências da lei. A sua vontade, como o tule de um chapéu preso pelo cordão, flutua a todos os ventos; e há sempre algum desejo que arrasta, alguma conveniência que detém.

    Tinha vontade de viajar, de voltar para o convento. Ambicionava, ao mesmo tempo, morrer e residir em Paris.

    ao envelhecer tornou-se (como o vinho exposto ao ar se converte em vinagre) de um constante mau humor, resmungona e nervosa.

    Confundia, no desejo, as sensualidades do luxo com as alegrias do coração, a elegância dos hábitos com a delicadeza dos sentimentos. Acaso não necessita o amor, como as plantas da Índia, terrenos preparados, uma temperatura especial?

    privations of her soul, the sordidness of

    Ela sentia-se tão desgostosa dele, como ele estava fatigado dela. Ema encontrava no adultério todas as chatezas do casamento.

    monotony of passion, that

    Thus you are not ignorant of the singularly aphrodisiac effect produced by the Nepeta cataria, vulgarly called catmint, on the feline race; and, on the other hand, to quote an example whose authenticity I can answer for. Bridaux (one of my old comrades, at present established in the Rue Malpalu) possesses a dog that falls into convulsions as soon as you hold out a snuff-box to him. He

    However, in the immensity of this future that she conjured up, nothing special stood forth; the days, all magnificent, resembled each other like waves; and it swayed in the horizon, infinite, harmonised, azure, and bathed in sunshine. But

    By the diversity of her humour, in turn mystical or mirthful, talkative, taciturn, passionate, careless, she awakened in him a thousand desires, called up instincts or memories. She was the mistress of all the novels, the heroine of all the dramas, the vague “she” of all the volumes of verse. He found again on her shoulder the amber colouring of the “Odalisque Bathing”; she had the long waist of feudal chatelaines, and she resembled the “Pale Woman of Barcelona.” But above all she was the Angel!

    Homais had thought over his speech; he had rounded, polished it, made it rhythmical; it was a masterpiece of prudence and transitions, of subtle turns and delicacy; but anger had got the better of rhetoric.

    Emma found again in adultery all the platitudes of marriage.

    Then Monsieur Bournisien sprinkled the room with holy water and Homais threw a little chlorine water on the floor.

    Then he recited the Misereatur and the Indulgentiam, dipped his right thumb in the oil, and began to give extreme unction. First upon the eyes, that had so coveted all worldly pomp; then upon the nostrils, that had been greedy of the warm breeze and amorous odours; then upon the mouth, that had uttered lies, that had curled with pride and cried out in lewdness; then upon the hands that had delighted in sensual touches; and finally upon the soles of the feet, so swift of yore, when she was running to satisfy her desires, and that would now walk no more.

    Era um daqueles sentimentos puros que não atrapalham o exercício da vida, que são cultivados porque raros, cuja perda afligiria mais do que a posse alegraria.

    Um homem, afinal de contas, não devia conhecer tudo, sobressair-se em múltiplas atividades, iniciar a mulher nas energias da paixão, nos refinamentos da vida, em todos os mistérios? Mas aquele ali não lhe ensinava nada, não sabia nada, não desejava nada. Achava que era feliz; e ela o detestava por aquela calma tão assentada, por aquele peso sereno, pela própria alegria que ela lhe dava.

    Antes de se casar, ela pensara ter amor, mas como a alegria que deveria ter resultado daquele amor não apareceu, só podia ter se enganado, pensava. E Emma buscava saber o que significavam exatamente, na vida, as palavras felicidade, paixão e embriaguez, que tão belas lhe pareceram nos livros.

    Não se deve tocar nos ídolos: o dourado acaba por ficar agarrado em nossas mãos.

    Cumpria suas pequenas tarefas cotidianas como um cavalo de circo, daqueles que giram em torno de si mesmos, com os olhos vendados, ignorantes do trabalho que cumprem.

    Dentre os trechos citados no processo, um dos mais ofensivos seria o longo passeio em um fiacre com cortinas fechadas dado por Emma e seu amante – do qual a heroína (ou anti-heroína?) sai com o vestido amarrotado. Flaubert foi declarado inocente, e Madame Bovary, “monumento de palavras”, segundo Mario Vargas Llosa, saiu do tribunal engrandecido.

    Desde então, Emma Bovary é um dos personagens mais debatidos da literatura universal: ora é vista como uma sofredora irremediável que não consegue romper com os laços que a prendem, ora como uma anti-heroína da estirpe de Dom Quixote (como ele, afundou-se nos livros e perdeu o pé da realidade), ora como uma resistente heroína, que insiste em sonhar a despeito do mundo que a cerca. Emma é vista também como a matriz da linhagem de personagens como Ana Karenina, de Tolstói, Luísa, do Primo Basílio, de Eça de Queiroz, ou Nora, de Casa de bonecas, de Henrik Ibsen.

    Como indicou o crítico Émile Faguet: “Havia em Flaubert um romântico que achava a realidade rasa demais, um realista que achava o romantismo vazio, um artista que achava os burgueses grotescos, e um burguês que achava os artistas pretensiosos, tudo isso envolto por um misantropo que achava todos ridículos”. O próprio escritor dava-se conta das suas contradições, das quais resultou uma obra de observação social irônica, de imaginação decorativa e estilo equilibradíssimo: “Há em mim, literalmente falando, dois homens diferentes: um que é apaixonado pela retórica, pelo lirismo, pelos altos vôos de águia, por todas as sonoridades da frase e por idéias altas; um outro, que vasculha e escava o real tanto quanto pode, que adora mostrar o detalhe de modo tão poderoso quanto o grande fato, e que gostaria de fazer com que sentissem quase que materialmente as coisas que ele reproduz”.

    A rua (a única), do tamanho de um tiro de fuzil

    Ficcionista de estilo contrito e burilado, Flaubert guardava para suas epístolas toda expansão e inspiração transbordante; para muitos, a Correspondência é a sua grande obra: reflexiva, apaixonada e freqüentemente comparada às cartas de Madame de Sévignè, Voltaire, George Sand ou Van Gogh. Segundo Proust, Flaubert foi responsável por uma literatura de ruptura porque deu sentido e substância ao romance de análise psicológica, do qual Madame Bovary é a mais alta expressão.

    O dever é sentir que somos grandes, é amar o que é belo e não aceitar todas as convenções da sociedade com as infâmias que ela nos impõe.

    O amor, conforme acreditava, devia chegar de repente, com grandes tumultos e fulgurações – furacão dos céus que desaba sobre a vida, transtorna-a, arranca as vontades como folhas e arrasta o coração inteiro para o abismo.

    No fundo de sua alma, no entanto, ela esperava um acontecimento. Como os marinheiros aflitos, passeava seus olhos desesperados pela solidão de sua vida, buscando ao longe algum véu branco nas brumas do horizonte. Não sabia qual seria aquele acaso, o vento que o arrastaria até ela, para qual margem ele a conduziria, se era uma chalupa ou um navio de três pontes, carregado de angústias ou repleto de alegrias até a escotilha. Mas, todas as manhãs, ao despertar, ela o esperava para o mesmo dia e ouvia todos os barulhos, levantava-se de sobressalto, surpreendia-se por ele não ter vindo; depois, quando o sol se punha, ainda mais triste, desejava já estar no dia seguinte.

    E, de fato, estamos ao abrigo dos ventos do norte graças à floresta de Argueil, por um lado, e, por outro, graças aos ventos do Oeste e à encosta Saint-Jean, e aquele calor, no entanto, que devido ao vapor d’água liberado pelo riacho e à presença considerável de animais no prado, que exalam, por sua vez, como o senhor sabe, muito amoníaco, ou seja, azoto, hidrogênio e oxigênio (não, apenas azoto e hidrogênio), e que, incorporando o húmus da terra, confundindo todas essas emanações diferentes e reunindo-as em um feixe, por assim dizer, e combinando-se com a eletricidade espalhada pela atmosfera, poderia, em longo prazo, como nos países tropicais, causar miasmas insalubres; esse calor, afirmo, encontra-se justamente temperado no lado de onde vem, ou melhor, de onde viria, quer dizer, do Sul, pelos ventos de sudeste que, tendo esfriado por sua vez ao passarem pelo Sena, chegam a nós de repente, como brisas vindas da Rússia.

    Será que essa miséria vai durar para sempre? Será que não vamos sair dela? E, no entanto, ela valia tanto quanto aquelas que viviam felizes! Vira

    O mais medíocre libertino sonhou com sultanas; cada tabelião carrega em si os escombros de um poeta.

    No fundo da alma, entretanto, ela esperava um acontecimento. Como os marujos em perigo, ela passeava sobre a solidão de sua vida os olhos desesperados, procurando ao longe alguma vela branca nas brumas do horizonte.

    o tédio, aranha silenciosa, fiava a sua teia na sombra em todos os cantos do seu coração.

    O futuro era um corredor bem escuro e que tinha no fundo uma porta bem fechada.

    Não se deve tocar nos ídolos: o dourado deles sai nas nossas mãos.

    eBooks por Gustave Flaubert

    Página do autor

    Relacionados com esse eBook

    Navegar por coleções eBooks similares