Aplicada ao caso dos conflitos agrários, a análise feita neste livro permite concluir que, ao despolitizar e resumir a violência no campo à violência individual, e os conflitos, aos atos dos sem-terra, a partir da sobrerrepresentação dos depoimentos da polícia, do Judiciário e dos ruralistas, oculta-se a violência estrutural originada da concentração de terras e da exclusão social. Essa simplificação dos conflitos agrários permite também a delimitação de um determinado grupo como inimigo do Estado e da sociedade, buscando criminalizar as suas ações, despolitizar os seus argumentos e ocultar suas reais propostas. Dessa maneira, opera-se a reprodução de uma violência estrutural provocada pela desigualdade, concentração de terras e exclusão social, transfigurando, também, os conceitos de cidadania e democracia.
Mídia e controle social
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