Mãe Maria de angola: A Preta Enaê

As nossas mães e pais pretos Pretos-velhos de Umbanda são espíritos como velhos africanos que viveram nas senzalas e na África. Aqueles que estiveram no Brasil, majoritariamente foram escravos que morreram no tronco ou de velhice. Os Pretos-velhos são sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos seus filhos. São entidades desencarnadas que tiveram, pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente por meio de sua sabedoria, e apesar da rudeza do cativeiro demonstraram fé para suportar as amarguras da vida. Assim, são guias de extrema elevação espiritual e conhecedores de muitos segredos. Espíritos-guias de elevada sabedoria que trazem esperança e calmaria. Os Pretos-velhos são mandingueiros poderosos, de um olhar bondoso, mas que estão sempre analisando tudo, ficam sentados em seus banquinhos, apenas prescrutando, fumando seu cachimbo, benzendo com suas ervas. Suas baforadas são para limpeza e harmonização. Eles pregam a sabedoria e a humildade e ensinam, por meio de suas várias experiências, em inúmeras vidas, que no final sempre devemos perceber que só o amor constrói e une todos e com humildade, nos auxiliam nessa busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Os Pretos-velhos são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma. Na Umbanda, os Pretos-velhos são homenageados no dia 13 de maio, data da abolição da escravatura. Os pontos servem para saudar a presença das entidades, não foram feitos para chamar, mas sim para agradecer a presença. Em seus pontos eles fazem referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão e, por isso, a linha de preto-velho reflete a humildade, a paciência e a perseverança. As festas de Preto-velho na Umbanda são das mais emocionantes. O terreiro é enfeitado e eles recebem honras e agradecimentos. Por isso, é o melhor momento para lhes fazer suas iguarias: o aipim das almas e sua canjiquinha doce.