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    Meia Taça de Vinho

    Por Frco. Lucas de Sousa

    Sobre

    Meia Taça de Vinho é o livro de estreia de Frco. Lucas de Sousa, sendo fruto de quatro anos de composição, entre os anos de 2010 e 2013. Contém 58 poesias, divididas em três partes ? Sereno, Poesia Vazia e Meia Taça de Vinho ?, de temáticas autobiográfica, romântica, histórica e com jogos linguísticos.

    Com uma linguagem simples, o autor os convida a degustar um bom vinho.

    Amostras:

    ASSIM SE CHAMA O CARINHO
    Procuro alguém que me comova até quando estou parado
    Com quem possa comprar os sapatos e compartilhar as escovas
    E, passados alguns minutos de estada, ter que sair de casa
    Pra jogar fora sorrisos, pois já estamos lotados.

    Com um assovio,
    Assim se chama o carinho.

    ...

    COLIBRI
    Eu, beija-flor teimoso
    Com o coração pelo bico
    Pouso ao teu cabelo em desalinho
    De manhã cedinho, quase prestes a acordar
    E lá, por entre os fios, faço o meu ninho
    Aconchego de tantas tranças
    E hiberno ao teu perfume florido
    Eu, colibri verdinho.

    SORRISO
    Todos acham que eu sou louco (ou coisa parecida)
    Por cantar sozinho as canções mais lindas
    Sorrir um riso rouco de alegria
    Contar da magia como se fosse real
    Eu sei, mas não posso evitar...

    E, assim, à noite, eu digo
    Que estou em processo contínuo de amor
    Por tudo que acredito e também pelo que duvido
    E não ligo se não fizer o favor de me escutar
    Não sigo receita, mas também, amigo:
    Eu amo por nós dois...

    ALUCINAÇÃO
    Não sei que faço
    nem sei que digo
    que espaço eu tenho
    no seu coração?

    Não sei se vejo
    percepção qualquer de um dia claro
    ou só desejo...
    alucinação.

    Se quer, desfaço
    passo a limpo os meus lampejos
    deixo que você decida
    ida e volta
    retorno partida
    do nosso amor, ilusão.

    ANATOMIA DISSECATIVA DE MIM
    Não tenho um coração
    Carrego apenas um vaso modificado que bombeia sangue
    Um vaso sem flores, sem terra e sol
    Que não chora ou se compadece se eu estiver tristonho
    Nem grita a toda voz, sem cordas vocais, só tendíneas
    Quando ela aparece nos campos de minha retina
    Uns campos sem vida quando não estou olhando
    Pobre coração desalmado e sem coração lhe trago.

    Transporto um sorriso fruto do cálcio
    Que, mesmo sem polpa, melhor que o morango
    Amigo das horas felizes de estudo assíduo
    E das sinapses confusas quando a belas mulheres me encontro
    Um fruto doce para minha velha insulina d'alma
    O único e meu permanente opioide.

    Trago a vista cansada, míope e mal cuidada
    Dos que madrugam em busca de um dia sem relógios
    E que trarão seus traços poéticos ou anatomopatológicos
    Para o momento em que a psicologia lhes disser
    "Teu caminho é findado agora
    E as horas em que Freud encontrou teu delírio
    No abrigo dos livros e dos rascunhos manchados
    Foram as que mais se aproximaram
    De uma anatomia dissecativa de ti próprio".
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