Memórias da Rua do Ouvidor
Existem 3 citações disponíveis para Memórias da Rua do Ouvidor Baixar eBook Link atualizado em 2017Talvez você seja redirecionado para outro site
As Memórias da Rua do Ouvidor têm, em falta de outras, um incontestável, grande e precioso merecimento, pois começa já e imediatamente, sendo os seus hipotéticos leitores poupados aos tormentos do prólogo, proêmio, introdução, ou coisa que o valha, em que, de costume, o autor, abismado em dilúvios de modéstia, abusa da paciência do próximo com a exibição de sua própria pessoa afixada no frontispício do monumento.
Um francês (viajante charlatão) passou pela cidade do Rio de Janeiro, e demorando-se nela alguns dias, ouviu dos patrícios da Rua do Ouvidor queixas dos incômodos tigres que freqüentes passavam ali de noite. Sábio e consciencioso observador que era, o viajante tomou nota do fato, e poucos anos depois publicou, no seu livro de viagens, esta famosa notícia: “Na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, feras terríveis, os trigraves, vagam, durante a noite, pelas ruas, etc., etc.!!!” E é assim que se escreve a história!
Passara de Desvio à Rua de Aleixo Manoel, plebeu raso, que, embora só de fidalgos, era barbeiro, segundo os meus velhos manuscritos. Subiu, tomou solidéu e batina, entrou para a categoria do clero, elevando-se à Rua do Padre Homem da Costa.