EditoraLiteratura

Memórias Póstumas de Brás Cubas: 1 (Grandes nomes da literatura)

Name: Memórias Póstumas de Brás Cubas: 1 (Grandes nomes da literatura)
Author: Machado de Assis

Por Machado de Assis

Existem 9 citações disponíveis para Memórias Póstumas de Brás Cubas: 1 (Grandes nomes da literatura)

Sobre

Machado de Assis captou na sociedade carioca do século XIX a essência humana; e, por meio de suas personagens, dotadas de ações comuns, extrai temas como o adultério, a vaidade, o ciúme, a racionalidade e o egoísmo.
Na voz de um defunto-autor, Memórias Póstumas de Brás Cubas constrói-se em um tom sarcástico e mordaz. A ausência de descrições e o foco na análise psicológica fazem dos romances machadianos uma narrativa atual e instigante.

Baixar eBook Link atualizado em 2017
Talvez você seja redirecionado para outro site

Definido como

Listados nas coleções

Ficção e Literatura

— Creio; eu não sou somente a vida; sou também a morte, e tu estás prestes a devolver-me o que te emprestei.

“Vós, que o conhecestes, meus senhores vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caráteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.

se é digna de si mesma, não teima em espertar a lembrança morta ou expirante; não busca no olhar de hoje a mesma saudação do olhar de ontem, quando eram outros os que encetavam a marcha da vida, de alma alegre e pé veloz. Tempora mutantur.

Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas PRÓLOGO

não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor,

pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo

Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.

O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?