Menino do mato
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O que a gente aprendia naquele lugar era só ignorâncias para a gente bem entender a voz das águas e dos caracóis.
A gente gostava das palavras quando elas perturbavam o sentido normal das ideias. Porque a gente também sabia que só os absurdos enriquecem a poesia.
A gente gostava bem das vadiações com as palavras do que das prisões gramaticais.
Escrever o que não acontece é tarefa da poesia.
A gente não gostava de explicar as imagens porque explicar afasta as falas da imaginação.
Porém naquela altura a gente gostava mais das palavras desbocadas. Tipo assim: Eu queria pegar na bunda do vento. O pai disse que vento não tem bunda. Pelo que ficamos frustrados.
Nossas palavras se ajuntavam uma na outra por amor e não por sintaxe.
No gorjeio dos pássaros tem um perfume de sol?
Livre, livre é quem não tem rumo.
Eu vi a manhã pousada em cima de uma pedra! Isso não muda a feição da natureza?
Tenho o privilégio de não saber quase tudo. E isso explica o resto.