?Meu pai era um computador e minha mãe uma máquina de escrever?, diz Alejandro Zambra nas primeiras páginas deste livro de contos, que bem pode ser lido como um romance, ou como onze novelas arquivadas na pasta Meus documentos do computador. Às vezes parece ser um mesmo personagem quem fala, que recorda suas desventuras como estudante e professor, ou que registra sua mal-humorada tentativa de largar o cigarro. Com a fina ironia e a precisão já habituais, com humor e melancolia, alento lírico e às vezes com raiva, Alejandro Zambra traça a anódina existência de alguns homens que se apegam a uma antiga ideia de masculinidade, ou de alguns seres que apostam suas últimas fichas no amor. A incessante busca do pai, a obsolescência de objetos e de sentimentos que pareciam eternos, o desencanto dos jovens da geração de transição, a impostura como única forma de criar raízes, a legitimidade da dor, são alguns dos temas que cruzam este livro.
?Se você irá ler Zambra, algo que você deve fazer, não leia apenas Meus documentos: leia tudo o que ele já escreveu?
The Guardian
?A melhor coletânea de contos dos últimos vinte anos.?
World Literature Today
?Alejandro Zambra [...] desperta e premia o desejo de continuar a escuta.?
Times Literary Supplement