Para Frei Betto, não é preciso nascer em Minas Gerais para ser mineiro ? Minas é um estado e espírito e está em qualquer lugar onde se conte meia dúzia de causos com a língua destravada por goles de cachaça ao som de uma serenata.
Minas do ouro faz uso de muitas dessas histórias para revelar a saga da família Arienim, que começa em meados do século XVI, quando chega às mãos de Fulgêncio um canudo de couro contendo um papel. Trata-se de um misterioso mapa que vai traçar o caminho de gerações e gerações na procura por metais preciosos.
Fulgêncio é casado com Maria da Luz e pai de três filhos, Herculano, Prudêncio e Teodora, os mais antigos ascendentes de uma família que cresce na atividade garimpeira, enfrenta dificuldades e chega a passar fome: no cardápio há apenas broto de samambaia e tanajura tostada.
O romance de Frei Betto fala sobre o garimpo não só de ouro mas da memória familiar. Abaixo da superfície e também nas situações que vivenciamos se escondem preciosos tesouros. Como diz o autor, torna-se indelével o que a letra do afeto grava no coração.