Lançado em 2001 na Inglaterra e em seguida nos Estados Unidos, onde teve tiragem inicial de 300 mil exemplares, Morte no seminário é mais um exemplo do talento raro de P. D. James para magnetizar o leitor. Escrevendo aos oitenta anos, James está impecável, por exemplo, na sua capacidade de construir enredos intrincados e plausíveis, ou de controlar o suspense e de infundir complexidade psicológica às personagens.
Desta vez o palco do mistério é Santo Anselmo, seminário anglicano localizado numa das regiões mais desoladas da costa inglesa. Ali, na praia, será encontrado o corpo de um noviço, soterrado por um deslizamento de areia. Insatisfeito com o laudo conclusivo de morte acidental, o pai da vítima, um empresário poderoso, convoca o detetive Adam Dalgliesh para investigar informalmente o caso. Dalgliesh conhece Santo Anselmo. É um lugar em que passou férias na infância, e a expectativa que tem ao partir para lá é a de ter um nostálgico fim de semana.
Na noite seguinte à de sua chegada, entretanto, mais um corpo será encontrado - e agora o rosto desfigurado do segundo religioso morto é apenas uma das provas de que um assassino feroz está em ação. A essas duas mortes soma-se outra, além de intensos conflitos emocionais, disputas por bens, incesto, adultério - motivos de toda ordem que, num ambiente tenebroso, quase gótico, farão de cada personagem um suspeito. O carismático Dalgliesh estará diante de um dos casos mais terríveis de sua carreira, e não sabe que sua presença, longe de intimidar o assassino, talvez o torne ainda mais ousado.