Este livro tem como propósito servir de material de apoio pedagógico aos professores da língua nheengatu para o ensino no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A obra faz parte do produto final da pesquisa intitulada: Educação Escolar Indígena: um estudo sociolinguístico do Nheengatu na escola Puranga Pisasú do rio Negro, Manaus – AM.
Qual língua se falava em Manaus no início do século XIX? Errou quem respondeu “Português”! Em Manaus, assim como em toda a bacia do Rio Negro e do Solimões, a língua mais falada era o Nheengatu, a “língua boa”, a “língua geral”. A palavra “geral” aqui significa “de todos” e remete à própria história de formação do Nheengatu: trata-se de uma língua que surgiu a partir das mudanças linguísticas que teriam ocorrido no contato do Tupinambá (um idioma da família Tupi-Guarani falado na costa brasileira) com as muitas línguas indígenas que eram faladas na bacia amazônica. Muito engana-se quem pensa que o Nheengatu é uma língua inventada. Não! O Nheengatu é o resultado de quinhentos anos de transformações pelo contato linguístico: às vezes, esse contato significou ganhar novas formas, às vezes, esse contato significou simplificar estruturas. Pode-se dizer que o Nheengatu é uma língua que sobreviveu as mais diversas situações, porque estava sempre pronto para modificar-se, adaptar-se aos novos falantes, aos novos tempos. O livro “Nheengatu: letramento” traz para as crianças em ensino fundamental um convite para resgatarem essa língua tão importante para a formação da identidade amazônica. Ao levar os alunos a ouvir, falar, ler e escrever em Nheengatu, este livro permite uma aproximação dos ouvidos infantis às antigas narrativas que ajudaram a construir a cultura e o modo de falar do manawara.
(Profª Dra. Aline da Cruz)
Qual língua se falava em Manaus no início do século XIX? Errou quem respondeu “Português”! Em Manaus, assim como em toda a bacia do Rio Negro e do Solimões, a língua mais falada era o Nheengatu, a “língua boa”, a “língua geral”. A palavra “geral” aqui significa “de todos” e remete à própria história de formação do Nheengatu: trata-se de uma língua que surgiu a partir das mudanças linguísticas que teriam ocorrido no contato do Tupinambá (um idioma da família Tupi-Guarani falado na costa brasileira) com as muitas línguas indígenas que eram faladas na bacia amazônica. Muito engana-se quem pensa que o Nheengatu é uma língua inventada. Não! O Nheengatu é o resultado de quinhentos anos de transformações pelo contato linguístico: às vezes, esse contato significou ganhar novas formas, às vezes, esse contato significou simplificar estruturas. Pode-se dizer que o Nheengatu é uma língua que sobreviveu as mais diversas situações, porque estava sempre pronto para modificar-se, adaptar-se aos novos falantes, aos novos tempos. O livro “Nheengatu: letramento” traz para as crianças em ensino fundamental um convite para resgatarem essa língua tão importante para a formação da identidade amazônica. Ao levar os alunos a ouvir, falar, ler e escrever em Nheengatu, este livro permite uma aproximação dos ouvidos infantis às antigas narrativas que ajudaram a construir a cultura e o modo de falar do manawara.
(Profª Dra. Aline da Cruz)