Gênero que ganhou força no século XIX a partir da difusão da obra do norte-americano Edgar Allan Poe, o fantástico nunca contou com muitos adeptos na literatura brasileira. Mas isso não impediu o aparecimento de autores fortes como Murilo Rubião - considerado uma espécie de precursor do realismo mágico no continente -, praticantes consistentes como Moacyr Scliar e Lygia Fagundes Telles, além de um jovem autor que tem se destacado nesse filão, Amilcar Bettega Barbosa.
Em termos de linguagem, esses quatro autores aqui reunidos são bastante diferentes entre si - embora todos partilhem o gosto por um estilo mais cristalino. Lygia e Amilcar apresentam uma pegada mais lírica, enquanto Murilo Rubião e Scliar forjam um tom mais objetivo, leve e às vezes até próximo da crônica.
Diferenças de estilo à parte, o prazer da boa leitura é o elemento comum entre autores (e textos) tão diversos.