Na Roma antiga, durante o domínio dos césares, quando qualquer deles desejava eliminar personagem incômodo, enviava um centurião com sua escolta, para brutalmente informá-lo: “César quer que morras.” Já na Idade Média, sob influência do cristianismo civilizador, os métodos foram mais corteses e o anfitrião, com amável sorriso, dizia gentilmente para aquele que o embaraçava: “Tenho a honra de convidá-lo a provar desse vinho nobre e generoso.”
Destes episódios, como de tantos outros, anteriores e posteriores, sugiram os romances e os contos. No romance, o romancista dispõe de duzentas, trezentas ou mais páginas, para descrever o ambiente e colorir as virtudes santifi-
cadas ou deformidades malévolas de seus personagens. No conto, o contista acentua a urdidura da trama e disseca os mais íntimos, disfarçados e dissimulados sentimentos; mas isto em cinco, dez, ou vinte páginas. Com esta severa limitação, ele, entre milhares de palavras, é compelido árdua e laboriosamente, a selecionar aquela que ofereça ao leitor o sentido exato e justo daquilo que pretende descrever.
Este empenho leva a um penoso esforço de redução, que não deve prejudicar os detalhes da trama. Não é desproporcional asseverar que o labor em corrigir, retocar, burilar, aprimorar, e por vezes, tudo refazer, é a mais extenuante das tiranias literárias.
Aliás, ser claro e conciso, sem enigmas, para decifrar e sem qualquer preciosismo de linguagem significa o respeito e a consideração que o autor sempre deve ter para com aquele que lê.
Destes episódios, como de tantos outros, anteriores e posteriores, sugiram os romances e os contos. No romance, o romancista dispõe de duzentas, trezentas ou mais páginas, para descrever o ambiente e colorir as virtudes santifi-
cadas ou deformidades malévolas de seus personagens. No conto, o contista acentua a urdidura da trama e disseca os mais íntimos, disfarçados e dissimulados sentimentos; mas isto em cinco, dez, ou vinte páginas. Com esta severa limitação, ele, entre milhares de palavras, é compelido árdua e laboriosamente, a selecionar aquela que ofereça ao leitor o sentido exato e justo daquilo que pretende descrever.
Este empenho leva a um penoso esforço de redução, que não deve prejudicar os detalhes da trama. Não é desproporcional asseverar que o labor em corrigir, retocar, burilar, aprimorar, e por vezes, tudo refazer, é a mais extenuante das tiranias literárias.
Aliás, ser claro e conciso, sem enigmas, para decifrar e sem qualquer preciosismo de linguagem significa o respeito e a consideração que o autor sempre deve ter para com aquele que lê.