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    O animal agonizante

    Por Philip Roth
    Existem 6 citações disponíveis para O animal agonizante

    Sobre

    Depois de uma trilogia bem recebida pelo público e pela crítica (Pastoral americana, Casei com um comunista e A marca humana), Philip Roth apresenta uma novela protagonizada pelo personagem surgido em 1973, na novela O seio, e retomado em 1977 no romance O professor de desejo. O animal agonizante é a história de David Kepesh, professor aposentado que faz sucesso com um programa cultural na televisão e que todos os anos oferece um curso livre na universidade, em que sempre conquista namoradas com um terço de sua idade. Seu discurso - dirigido a um interlocutor que só no final se manifesta - é uma afirmação de seu sentimento de liberdade e de seu horror a todo vínculo emocional. Mas o egoísmo calculista de Kepesh não resiste à paixão que o domina quando conhece Consuela Castillo, jovem de vinte e quatro anos, filha de uma rica família de imigrantes cubanos, cuja beleza excepcional faz com que sinta bem mais do que atração sexual. Depois de um ano e meio de relacionamento os dois se separam, mas Kepesh continua obcecado. Anos mais tarde, Consuela o procura para lhe fazer uma revelação trágica. Kepesh se vê então dividido entre os imperativos da razão, que não permitem que se envolva, e a força da paixão que o impele a assumir uma relação mais séria com uma mulher.

    A força do texto está no contraste entre as racionalizações rígidas de um homem autocentrado e o poder da paixão que irrompe, imprevisível, destruindo suas certezas. No fim, o leitor está tão dividido entre a repulsa ao egoísmo de Kepesh e a piedade quanto o protagonista está dilacerado pelo conflito entre razão e sentimento.

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    Citações de O animal agonizante

    A grande peça que a biologia prega nas pessoas é que a gente já é íntima antes mesmo de saber coisa alguma a respeito da outra pessoa. No primeiro momento, já entendemos tudo. Um é atraído pela superfície do outro no início, mas também intui a dimensão mais profunda. E a atração não precisa ser equivalente: ela se sente atraída por uma coisa, você por outra. É a superfície, é curiosidade, mas então, pum!, a dimensão profunda.

    Porque é só quando você fode que tudo aquilo de que você não gosta na vida, tudo aquilo que derrota você na vida, é vingado da maneira mais pura, ainda que efêmera.

    Mas o ciúme, naturalmente, é a armadilha que leva ao contrato. Os homens reagem ao ciúme dizendo: “Essa não vai ser de ninguém. Vai ser só minha — vou me casar com ela. Vou capturá-la dessa maneira. Através das convenções”. O casamento cura o ciúme. É por isso que muitos homens se casam. Porque não se sentem seguros com aquela outra pessoa, fazem com que ela assine o contrato: Prometo não etc

    Um homem não teria dois terços dos problemas que tem se não se metesse em aventuras para conseguir foder. É o sexo que perturba nossas vidas naturalmente ordenadas.

    As pessoas pensam que quando se apaixonam elas se completam? A união platônica das almas? Pois eu não concordo. Eu acho que você está completo antes de se apaixonar. E o efeito do amor é fracionar você. Antes você está inteiro, depois você racha ao meio.

    Já percebi que as mulheres, em sua maioria, se sentem inseguras em relação a seus corpos, mesmo quando, como no caso de Consuela, são de uma beleza absoluta. Nem todas sabem que são belas. Só um certo tipo de mulher sabe disso. Normalmente elas se queixam de algo de que não deviam se queixar.

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