Em seu quarto livro, O Beco, o autor João Calazans Filho, com uma narrativa bem humorada e cheia de sabor local, conta a história de um assassino em série no sul da Bahia e do boêmio, jogador e mulherengo delegado, que faz de sua missão capturá-lo.
No início da Ditadura Militar e em meio à violenta realidade do cultivo de cacau e do coronelismo brasileiro, em que a matança é apenas mais uma ferramenta de trabalho e o medo a maior forma de liderar, o delegado João busca, de qualquer forma, impedir um serial killer de seguir matando, buscando manter a sua visão de paz na cidade para poder fazer o que gosta: endividar-se organizando blocos de carnaval, beber, jogar e se cercar de mulheres e amigos em seu cassino no lendário Beco do Pinga.
O Beco, aliás, figura quase como um personagem neste thriller. Enquanto os latifundiários vivem em suas fazendas nos entornos da cidade, afastados de seus trabalhadores e tendo costumes (e gastos) europeus. No Beco do Pinga, dentro de Camacan, estes mesmo trabalhadores gastam seu pouco e suado dinheiro com os prazeres dos vícios, e tentam não mexer com a mulher errada, sob o risco de acordar ‘cheios de chumbo’. O Beco é a alma, ainda que um pouco mal lavada, desta pequena cidade.
Com personagens marcantes e charmosos e um enredo envolvente, O Beco nos carrega por uma aventura no “faroeste brasileiro” em que a lei é do mais forte e a moral é relativa, até esta pacata Sodoma ser interrompida por assassinatos diferentes dos costumeiros, sem razão nem objetivo aparentes.
O Beco
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